Publicado em 16/03/2021 às 09:30, Atualizado em 16/03/2021 às 13:33

Felipe Neto é intimado por crime contra segurança nacional: "Não vai me calar"

Youtuber diz que está sendo acusado de chamar presidente Jair Bolsonaro de "genocida"; na semana passada, deputado Carlos Bolsonaro entrou com queixa-crime contra youtuber e atriz Bruna Marquezine

Gazeta News,
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(Foto: Reprodução Twitter e Reprodução Instagram)

Felipe Neto recebeu nesta segunda-feira (15) uma intimação da Polícia Civil do Rio de Janeiro para comparecer à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática. Segundo ele contou no Twitter, onde mostrou a intimação, terá que responder por crime contra a segurança nacional por ter chamado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de genocida. Em nota, a Polícia Civil disse que Felipe foi intimado após o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos - RJ) protocolar uma petição comunicando crime contra segurança nacional.

"Um carro da polícia acaba de vir na minha casa. Trouxeram intimação para que eu compareça e responda por crime contra segurança nacional porque chamei Jair Bolsonaro de genocida. Jair Bolsonaro de genocida. Carlos Bolsonaro foi no mesmo delegado que me indiciou por corrupção de menores. Sim, é isso mesmo", disse Felipe, lembrando que, na semana passada, o vereador abriu uma queixa-crime contra a atriz Bruna Marquezine e ele por supostos crimes de difamação contra o presidente.

"A clara tentativa de silenciamento se dá pela intimidação. Eles querem que eu tenha medo, que eu tema o poder dos governantes. Já disse e repito: um governo deve temer seu povo, NUNCA o contrário. Carlos Bolsonaro, você não me assusta com seu autoritarismo. Não vai me calar", afirmou Felipe.

"Minha atribuição do termo 'genocida' ao Presidente se dá pela sua nítida ausência de política de saúde pública no meio da pandemia, o que contribuiu diretamente para milhares de mortes de brasileiros. Uma crítica política não pode ser silenciada jamais!", disse o youtuber.

"STJ já arquivou processo de crime contra a segurança nacional por críticas ao Presidente, quando tentaram silenciar à força Marcelo Feller, justamente por chamar Bolsonaro de genocida. Ninguém será silenciado à força nesse país por criticar seu pai, Carluxo", garantiu Felipe.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou uma nota sobre o caso. "A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) intimou Felipe Neto após o vereador Carlos Bolsonaro protocolar uma petição comunicando crime contra segurança nacional em que o presidente Jair Bolsonaro seria vítima. Após o intimado ser ouvido, o caso será encaminhado à Justiça", afirmava o comunicado.

Procurada, a assessoria de Felipe Neto também se manifestou. “Por meio de sua assessoria de imprensa, Felipe Neto afirma que sua equipe jurídica está ciente do ocorrido e já está adotando todas as medidas cabíveis para cessar mais uma tentativa de silenciamento, fruto de uma clara perseguição da extrema-direita, obviamente desesperada pela ascendente perda de popularidade”, dizia a nota.

ENTENDA

O vereador Carlos Bolsonaro disse na quinta-feira (11) ter aberto uma queixa-crime contra Felipe Neto e Bruna por supostos crimes de difamação contra o presidente. Para ilustrar seu post, Carlos usou uma cena de Bruna na série Nada Será Como Antes em que ela aparece nua e uma foto de Felipe fazendo careta.

Em seu post, Carlos citou o artigo 138 do Código Penal. "Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga", dizia o texto. "Queixa-crime: encaminhamos queixa-crime contra Bruna Marquezine e Felipe Neto por supostos crimes contra o presidente da República. Ódio do Bem", estava escrito na imagem postada pelo vereador com as fotos de Bruna e Felipe.