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Instrutor de SP vai depor sobre morte de empresário durante aula de parapente em Campo Grande

Um dos dois instrutores é de Araçatuba e teria voltado para a cidade após acidente; família afirma que houve negligência

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Divulgação

A morte do empresário Gilmar Valiente Siqueira no último dia 02, em uma chácara de Campo Grande, gerou uma série de questionamentos sobre os praticantes de voos livres no Estado. A irmã dele, Juscineire Siqueira, prestou depoimento nesta terça-feira (13) e afirma ter ocorrido negligência por parte da equipe de instrutores que levaram o irmão até a chácara onde o acidente ocorreu.

Segundo Juscineire, a corda que o irmão estava amarrado não se soltou no momento da decolagem. “Meu irmão não conseguiu desfazer o nó. Quando ele já estava no alto, pegou muita pressão, ele passou pela caminhonete que estava amarrado e a força jogou ele no chão”.

Ela ainda afirma que um dos instrutores, que dirigia a caminhonete, era de Araçatuba, interior de São Paulo, e teria vindo à Capital apenas para dar o treinamento ao seu irmão. “Ele não tinha autorização para dar aula”, afirma.

Segundo o delegado da 6ª Delegacia de Polícia de Campo Grande, Giulliano Carvalho, o instrutor será intimado a prestar depoimento. “Faremos uma carta precatória e ele será intimado a prestar esclarecimentos, pois é de outro estado. Ainda é preciso ouvir as demais testemunhas que estavam no local, como o irmão da vítima e um amigo”.

O que são os voos livres?

Segundo o presidente do Clube de Voo Livre Tuiuiú em Mato Grosso do Sul, Franco Remonatto, existem apenas dois instrutores credenciados para dar aulas na modalidade parapente no Estado.

“Dentro do voo livre existem as modalidades de asa-delta, parapente e planador. O parapente é geralmente praticado em morros, aqui no Estado no Morro do Ernesto e em Sidrolândia, onde a gente tem controle maior, e não pode amarrar em veículos”, explica.

Ele suspeita que o que foi praticado por Gilmar se enquadra na modalidade de voo rebocado. “No voo rebocado é feito com um guincho construído especialmente para isso e adaptado em uma caminhonete ou carretinha para puxar o piloto e fazer decolagens em locais planos sem morro”.

Remonatto explica que o piloto que dirige o reboque, a pessoa que controla o guincho e o piloto devem fazer um treinamento para esse tipo de decolagem, para evitar acidentes como o de Gilmar. “Como é um voo mais simples e prático, as pessoas acabam ensinando umas às outras sem terem feito aulas, mas é um equívoco”, finaliza.

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