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Médicos suecos fazem primeiro transplante de útero

Uma equipe médica da Suécia informou nesta segunda-feira que nove mulheres fizeram com sucesso transplante de útero doado por parentes e em breve poderão ficar grávidas. As mulheres, que estão na faixa dos 30 anos, nasceram sem útero ou foram obrigadas a removê-lo por motivos de saúde, fazem parte da experiência pioneira de transplante de útero com o objetivo de engravidar.

Transplantes de órgãos - coração, fígado, rins - para salvar vidas são feitos há décadas e os médicos estão aprimorando cada mais transplantes de mãos, faces e outras partes do corpo para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O transplante de útero realizado na Suécia - o primeiro temporário e com o objetivo apenas de procriar - significa um avanço da medicina, mas salienta novas preocupações.

Duas tentativas anteriores de transplante de útero foram feitas na Turquia e Arábia Saudita, mas as duas não resultaram em gravidez. Cientistas no Reino Unido, Hungria e de outras partes também planejam cirurgias similares, mas a Suécia avançou no processo.

Este é um novo tipo de cirurgia, afirmou Mats Brannstrom, chefe do departamento de obstetrícia e ginecologia da Universidade de Gothenburg, que liderou a iniciativa. No próximo mês, ele e seus colegas administrarão o primeiro workshop sobre como fazer um transplante de útero e planejam publicar um trabalho científico sobre seus estudos.

O médico disse que as nove mulheres que fizeram o transplante estão bem. Uma delas teve uma infecção logo após a cirurgia e outras tiveram episódios menores de rejeição, mas nenhuma das transplantadas ou doadoras precisaram de cuidados intensivos após a cirurgia. Os transplantes começaram a serem feitos no final de setembro e entre as doadoras estão mães e outros parentes das receptoras. Pacientes e doadoras não foram identificadas.

Especialistas classificaram o projeto como significativo, mas salientaram que não há conhecimento sobre se os transplantes resultarão em crianças saudáveis. A técnica usada na Suécia, usando doadores vivos, é controversa. No Reino Unido, médicos também planejam este tipo de cirurgia, mas usarão apenas úteros de doadoras mortas. Este foi também o caso da Turquia no ano passado.

Mats fez algo impressionante e entendemos completamente porque ele tomou esse caminho, mas nos preocupamos com decisão, afirmou Richard Smith, médico e diretor de um serviço de assistência que está tentando levantar 500 mil libras para levar à frente cinco operações deste tipo no Reino Unido.

Para Smith, o transplante de útero é uma histerectomia radical, mas é de alto risco para a doadora. O médico disse que autoridades britânicas não consideram ético permitir que essas doadoras corram esse risco em uma operação que não tem como objetivo salvar vidas. 

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