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Por que casais se separam após a chegada do primeiro filho?

Fernanda Gentil e o ex-marido Matheus Braga saindo da maternidade. (Foto: )
Grazi e Cauã se separam quando afilha tinha 1 e meses (Foto: )

Na quarta-feira (6), a repórter da TV Globo Fernanda Gentil confirmou o fim do seu casamento com o empresário Matheus Braga. O relacionamento dos dois durou mais de 15 anos e chegou ao fim apenas sete meses após a chegada do primeiro filho deles.

A notícia pegou de surpresa muita gente que admirava o amor e a descontração do casal nas redes sociais, mas eles não são os únicos que se separam após o nascimento da criança.

Todos os casais mudam quando chega o bebê, afirma a psicóloga e terapeuta de casal Lana Harari. Por mais que o casal se conheça, tem um fenômeno que acontece quando tem um filho que é a mudança de papéis: o filho muda o funcionamento do casal, continua Lana.

Antes de chegar o filho, os cônjuges têm atenção exclusiva um do outro. E, com a chegada do pequeno, eles se tornam pai e mãe, além de parceiros, e um tende a se sentir excluído – geralmente o pai, de acordo com a psicóloga

Este fenômeno de mudança é tão comum que existe até mesmo um termo em inglês para o impacto e conflito que um bebê pode causar em um casal: o baby clash, em tradução livre, choque do bebê.

O que acontece com a chegada do bebê que pode interferir de maneira negativa no relacionamento do casal?

Afastamento

A proximidade da mulher com o bebê e o afastamento do marido são naturais, explica Lana. Com esse afastamento o homem pode se sentir excluído da relação e até enciumado, gerando problemas no casamento.

Falta de sono

Uma das principais reclamações dos novos pais é a falta de sono. Passar meses acordando diversas vezes durante às noites é uma coisa terrível, conta a psicóloga que também é mãe: A pessoa que não dorme fica extremamente alterada, afeta o humor e afeta sua relação.

Falta de tempo

O bebê chega dependendo 100% de sua mãe, o que acaba tirando não só o sono, mas também todo o tempo da mulher. Seja esse tempo para ela fazer o que quer ou deseja, seja tempo para se dedicar ao marido. Agora ainda tem um perigo novo, o perigo das telas. Qualquer cinco minutos livres, ela corre para essa fonte de distração, pontua Lana.

Diminuição da frequência sexual

Outro problema conhecido é a diminuição da frequência sexual – que geralmente é consequência dos outros problemas citados acima, como a falta de tempo e sono.

Interferência da família

Os pitacos tão comuns que a família dá na criação do bebê podem ser prejudiciais para o dia a dia do casal. Seja para o homem ou para a mulher, sofrer interferência muito grande de sogras ou cunhados – principalmente se esses ficam presentes por muito tempo na casa do casal – pode ser irritante e desgastante para a relação.

Mergulho no universo infantil

Se a mulher passa o dia inteiro em casa, cuidando da criança sozinha – seja por licença maternidade ou porque parou de trabalhar fora para se dedicar integralmente a ela, a mãe fica mergulhada no universo infantil. O pai tem a oportunidade de arejar a cabeça, recuperar a rotina e identidade dele, enquanto a mãe fica mergulhada no universo infantil: de desenhos, musiquinhas, fraldas, mamadas, peito doendo, explica a terapeuta de família.

Mudança de rotina

A mudança de rotina é perigosa. Tudo o que tinha antes vai se perder, diz a psicóloga, que lembra que, durante um tempo, é quase impossível até sair de casa com o bebê, quanto mais um jantar a dois que podia ser hábito do casal antes da chegada do filho. Ela ainda afirma que, quanto mais tarde acontece a chegada do bebê, mais difícil é para o casal se acostumar com as mudanças que ele traz: Eles estão mais ocupados com a rotina pessoal e profissional, é mais difícil abrir espaço para o bebê.

Intensificação dos desequilíbrios anteriores

Às vezes, o bebê não é responsável pelo desgaste da relação dos pais, que se intensifica, mas pode exacerbar problemas que já existiam e não foram resolvidos antes da chegada do pequeno.

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