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Prefeitura da capital pede prisão do presidente do sindicato dos médicos

Município propôs aumento da multa diária R$ 30 mil para R$ 100 mil. Greve da categoria em Campo Grande já dura oito dias.

A Prefeitura Municipal de Campo Grande propôs aumento de R$ 30 mil para R$ 100 mil a multa para cada dia de greve dos médicos e a prisão do presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed-MS), Valdir Shigueiro Siroma, por crime de desobediência.

A proposta da prefeitura foi enviada nessa quinta-feira (21) ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS), depois de uma semana de paralisação dos médicos. A assessoria do município disse ao G1 que a decisão cabe ao magistrado que cuida do caso, o desembargador Claudionor Miguel Abss Duarte.

O Sinmed-MS se pronunciou nos autos nesta sexta-feira (22) e requere que os pedidos da prefeitura não sejam atendidos. Em relação ao pedido de prisão, o sindicato alegou que Siroma não teria culpa da ação dos médicos.

Consta no processo que a assessoria jurídica do sindicato foi contra a greve e alertou aos médicos que decidiram continuar com a paralisação. O TJ informou que os pedidos serão analisados e ainda não há uma decisão da justiça.

Pacientes que dependem da Rede Municipal de Saúde da capital sul-mato-grossense estão enfrentando problemas ao buscar atendimento médico nas unidades. A greve completou o oitavo dia na sexta-feira.

O atendimento nas unidades de urgência e emergência está sendo feito por 30% dos profissionais. O efetivo chegou a ser de 50% e foi reduzido.

Entenda o caso

Esta é a segunda vez que os profissionais paralisam as atividades. Segundo o sindicato da categoria, os quase 1.400 profissionais cobram do município melhores condições de trabalho, investimentos na saúde e aumento de salário para compensar as perdas com a inflação dos últimos doze meses.

Os médicos também querem o pagamento de gratificações que foram cortadas pela prefeitura. Como o executivo não publicou em Diário Oficial o retorno das gratificações, que compõem o salário da categoria, os médicos retomaram a greve.

Os profissionais ressaltaram que os médicos estão em greve porque querem o retorno das gratificações que compõem os salários e também o reajuste anual.

A prefeitura já concordou em voltar a pagar as gratificações, porém pediu um prazo para levantar o dinheiro: 1,7 milhão. Sobre o reajuste, o município ainda não apresentou proposta, de acordo com a assessoria de imprensa do órgão.

A assessoria da prefeitura de Campo Grande informou que a publicação em Diário Oficial só vai acontecer depois que a comissão formada por médicos e Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau) fizerem ajustes e cortes que garantam cerca de R$ 1 milhão para pagamento das gratificações. Ainda conforme a assessoria, já foram feitos alguns cortes, mas a comissão ainda não chegou a esse valor.

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