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Quando um homem ama uma mulher de borracha

Ao pesquisar sobre o tema “bonecas de silicone” na Internet, Sandra Hoyn descobriu um artigo francês que as descrevia como muito mais do que brinquedos sexuais, capazes de preencher o vazio de uma vida solitária. Num fórum online, Sandra conseguiu convencer um homem para ser não só entrevistado mas fotografado na sua vida privada e secreta com uma boneca, desde que o seu rosto não aparecesse, nem o seu nome verdadeiro. Dirk (nome falso) tem 40 anos e já foi casado, mas as suas relações não foram felizes. Há quatro anos que vive com uma boneca de silicone – Jenny – que lhe custou 6 mil euros. “Com as minhas ex-mulheres tinha sempre de lutar por amor, mas com a Jenny isso não acontece, sinto-me em paz”, disse Dirk a Sandra. Dirk criou a sua rotina com Jenny. 

Todos os domingos dá-lhe banho e todos os dias vêem televisão ao fim da tarde. A boneca é a sua melhor terapia, após ter sofrido um colapso psicológico. Dirk fala com ela, desabafa e acredita que Jenny se preocupa, que o ouve e muitas vezes, responde. Apesar de saber que ao expor a sua vida secreta poderia ser julgado e criticado, a vontade de partilhar a sua história foi maior. A Jenny conforta-me.

É a melhor terapia para mim. Mudou completamente a minha vida, o meu pensamento, a minha definição de liberdade, de amor e vida a dois. A vida de Dirk com Jenny só existe dentro de casa. Os estores estão muitas vezes fechados para que os vizinhos não consigam ver para o interior e quando recebe visitas esconde a boneca no quarto. Nem o seu filho nem a sua ex-mulher têm conhecimento da existência de Jenny.

É uma pena que eu nunca possa sair de casa com a Jenny. Às vezes gostava de ir com ela ao cinema. Jennys soul é um dos projectos mais recentes da fotógrafa alemã Sandra Hoyn, onde uma boneca de silicone acompanha o quotidiano de um homem, tornando-se a sua parceira para a vida. 

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