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Sobrevivente do incêndio na Kiss dá à luz no dia dos três anos da tragédia

Carla Bicca deu à luz uma menina na manhã desta quarta-feira (27).Amiga conta que fotógrafa esperava nascimento para a semana que vem.

(Foto: Reprodução)

Sobrevivente da tragédia da boate Kiss, que completa três anos nesta quarta-feira (27), a fotógrafa Carla Bicca foi surpreendida pela manhã com o nascimento do bebê que esperava, e que estava previsto para chegar ao mundo na próxima semana.

Carla deu à luz Antonela Bicca Denardin, que nasceu às 10h10 desta quarta-feira (27) com 3,135 kg e 48 cm no Hospital de Guarnição (HGU), em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul.

A amiga Lara da Costa Neto, que tornou-se madrinha de Antonela, acompanhou o parto. De acordo com ela, Carla disse que não queria essa data para o nascimento da filha, mas o destino decidiu assim.

É um presente, um renascimento!, disse Carla quando viu a menina, conta a amiga.

Por coincidência, o médico anestesista do parto foi o major Claudio Azevedo, que atuou como socorrista no dia do incêndio.

Foi a partir de um exame de rotina que o médico que acompanhou a gestação de Carla percebeu que a parede do útero dela estava muito fina. Então, resolveu fazer uma cesárea às pressas nesta quarta-feira. Ela já é mãe de Lorenzo, de oito anos.

EntendaO incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013. A tragédia matou 242 pessoas, sendo a maioria por asfixia, e deixou mais de 630 feridos. O fogo teve início durante uma apresentação da banda Gurizada Fandangueira e se espalhou rapidamente pela casa noturna, localizada na Rua dos Andradas, 1.925.

O local tinha capacidade para 691 pessoas, mas a suspeita é que mais de 800 estivessem no interior do estabelecimento. Os principais fatores que contribuíram para a tragédia, segundo a polícia, foram: o material empregado para isolamento acústico (espuma irregular), uso de sinalizador em ambiente fechado, saída única, indício de superlotação, falhas no extintor e exaustão de ar inadequada.

Ainda estão em andamento os processos criminais contra oito réus, sendo quatro por homicídio doloso (quando há intenção de matar) e tentativa de homicídio, e os outros quatro por falso testemunho e fraude processual. Os trabalhos estão sendo conduzidos pelo juiz Ulysses Fonseca Louzada. Sete bombeiros também estão respondendo pelo incêndio na Justiça Militar. O número inicial era oito, mas um deles fez acordo e deixou de ser réu.

Entre as pessoas que respondem por homicídio doloso, na modalidade de dolo eventual, estão os sócios da boate Kiss, Elissandro Spohr (Kiko) e Mauro Hoffmann, além de dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, o vocalista Marcelo de Jesus dos Santos e o funcionário Luciano Bonilha Leão. Os quatro chegaram a ser presos nos dias seguintes ao incêndio, mas a Justiça concedeu liberdade provisória a eles em maio de 2013.

Atualmente, o processo criminal ainda está em fase de instrução. Após ouvir mais de 100 pessoas arroladas como vítimas, a Justiça está em fase de recolher depoimentos das testemunhas. As testemunhas de acusação já foram ouvidas e agora são ouvidas as testemunhas de defesa. Os réus serão os últimos a falar. Quando essa fase for finalizada, Louzada deverá fazer a pronúncia, que é considerada uma etapa intermediária do processo.

No dia 5 de dezembro de 2014, o Ministério Público (MP) denunciou 43 pessoas por crimes como falsidade ideológica, fraude processual e falso testemunho. Essas denúncias tiveram como base o inquérito policial que investigou a falsificação de assinaturas e outros documentos para permitir a abertura da boate junto à prefeitura.

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