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Acusado de matar para defender afilhada diz que vítima batia e abusava de criança

'Depois que o pai dela morreu, eu fiquei responsável por defender ela de tudo', disse o suspeito

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Crédito: André de Abreu

Patric Insfran, 39 anos, disse que não tinha intenção de matar Hudson Franco, 39 anos, a tiros no ano de 2016 e reafirma que cometeu o crime porque ficou irritado ao tomar conhecimento que a vítima agredia uma criança de 4 anos. O acusado passa por júri popular nesta quinta-feira (31), com um corpo de jurados formado por quatro homens e três mulheres, no Fórum de Campo Grande.

Durante depoimento, Patric contou que não era obcecado pela criança, mas como é padrinho da menina, tem carinho e ficou responsável por proteger a criança após a morte do pai da menor. “O pai dela era muito meu amigo, quando ele ficou sabendo que ia ser pai, me deu a oportunidade de ser padrinho, virei o segundo pai dela. Infelizmente, meu amigo morreu e eu assumi esse papel, de cuidar e proteger ela. O Hudson era casado com a mãe dela e eu fiquei sabendo que ele estava batendo na criança”.

Ele relembra que, no dia do crime, ouviu áudios no computador da madrinha da menina, que confirmaram as agressões. “Eu ouvi áudios da mãe falando que o Hudson estava batendo muito nela. Ouvi ela falando que não sabia o que fazer, ele era usuário de drogas e estava agindo dessa forma. Ele tentava me afastar da criança, tanto que uma vez ele fez um boletim de ocorrência, mas foi arquivado. A menina estava sendo agredida, ela mesmo dizia, já levamos ela na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, já acionamos o Conselho Tutelar, está tudo documentado”.

Segundo Patric, após as denúncias, a criança foi levada para prestar depoimento pelo padrasto. “O problema é que ele levava ela, induzia ela a mentir. Ele também estava mexendo nela, tentando abusar dela, mas quando ele levava ela, ele fazia ela mentir e falar que era o primo dela que estava mexendo nas partes íntimas dela. Eu não queria matar ele, eu queria só dar uma lição nele, fazer ele parar de bater na menina”.

O suspeito relata ainda que tinha um revólver calibre .38 desde 2012 e colocou na cintura para ir tirar satisfação com Hudson porque a vítima era briguenta. “Eu estava tentando tirar o porte da arma, nunca tinha saído de casa com ela, deixava no guarda-roupa, mas naquele dia eu fui armado porque o Hudson tinha fama de briguento. Quando entrei na casa, ele me empurrou, depois entrou na casa. Quando fui atrás, ele veio de encontro, achei que estava armado e atirei, mas atirei no vulto que vi dele. Depois eu joguei a arma no mato e fui para casa de um amigo meu”.  

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