Publicado em 04/10/2018 às 14:11, Atualizado em 04/10/2018 às 18:16

Juiz recebe denúncia e autoriza quebra de sigilo telefônico de estelionatários

Foi determinada prisão de um suspeito que está foragido

Correio do Estado,
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Foto: Bruno Henrique / Correio do Estado

O juiz Olivar Augusto Roberti Coneglian, da 2ª Vara Criminal de Campo Grande, recebeu denúncia contra a quadrilha suspeita de aplicar golpes a partir de falsas cartas de crédito, presa no dia 17 de setembro. Além disso, o magistrado ainda autorizou a quebra de sigilo de três celulares, notebooks e máquinas de cartão apreendidos durante a investigação feita pela Polícia Civil. Foi decretada também a prisão preventiva de William Garcia Guedes, ligado ao grupo e dado como foragido.

Foram denunciados pelo Ministério Público Estadual Juliano César Pasti Marcelo, Pedro Henrique Natali da Silva, Clesio de Jesus Ruas e Guilherme Natali da Silva. Conforme procedimento encaminhado pelo promotor de Justiça Pedro Arthur de Figueiredo, entre os meses de maio a setembro, os investigados constituíram organização criminosa com clara divisão de tarefas, com objetivo de praticar estelionato "em nome da empresa Mercado Dos Imóveis e Veículos”, consistente na venda de cartas de crédito supostamente contempladas às vítimas.

Foi descoberto que o grupo agia em Franca (SP), onde fez mais de 100 vítimas, além do estado Paraná, sempre com o mesmo modo de agir. Por meio de anúncios nas redes sociais, especialmente o Facebook, ofertava cartas de créditos contempladas em consórcios, exigindo como contrapartida entrada de aproximadamente 30% do valor desejado. "As vítimas deveriam, sempre, efetuar o pagamento de determinada quantia como entrada para, então, obter o falso crédito, seja mediante a entrega de dinheiro aos denunciados, seja mediante transferência bancária ou parcelamento do débito em máquinas de cartão", lê-se nos autos.

Os golpistas ainda ofereciam desconto para clientes que conseguissem indicar mais pessoas. No entanto, nunca repassavam o valor prometido, alegando vários motivos, como demora da aprovação, para justificar o atraso. Só em Campo Grande, a organização criminosa fez pelo menos oito vítimas, quase todas de Sidrolândia, causando prejuízo aproximado de R$ 100 mil. As vítimas chegaram a pagar de R$ 7 mil a R$ 45 mil. Uma delas deu até um carro.

Em razão dos vários contatos com diversas pessoas por meio de celulares e aplicativos de redes sociais, o juiz determinou quebra de sigilo, como forma de obter mais provas. "No caso em questão, a medida solicitada é indispensável para a comprovação da materialidade delitiva, afim de elucidar a prática dos crimes de participação em organização criminosa e estelionato, bem como auxiliar na identificação de todos os autores dos crimes e das respectivas vítimas". Ainda neste sentido, o magistrado decretou a prisão de William que seria um dos mentores do esquema.