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Justiça decreta prisão preventiva de suspeitos de latrocínio de policial aposentado

A vítima, um policial da reserva de 59 anos de idade

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Divulgação

Na manhã de segunda-feira (8), o juiz em plantão criminal na comarca de Campo Grande, Mário José Esbalqueiro Júnior, converteu o flagrante de três suspeitos do cometimento de latrocínio na madrugada do último domingo (7), em prisão preventiva. A vítima foi encontrada sem vida, deitada em sua própria cama, e com a casa toda revirada.

No início da manhã de ontem (7), policiais militares foram acionados para comparecerem em uma residência no bairro Jardim Azaleia. O chamado foi feito pela filha de um policial da reserva de 59 anos. Mais cedo, ela recebera uma ligação da irmã preocupada, pedindo que fosse até a casa do genitor, pois havia recebido um telefone vindo do número dele, em que um homem afirmava ter encontrado o aparelho jogado em uma avenida e que estava entrando em contato para devolvê-lo. Receosa de que fosse alguma espécie de golpe, a irmã anotou os dados do estranho, mas pediu para que a outra irmã fosse até a casa do pai verificar se ele estava bem. Embora o tenha chamado várias vezes, ela não obteve resposta. A filha, então, subiu no muro, de onde conseguiu ver o corpo do genitor desfalecido sobre a cama e todo ensanguentado.

Com a autorização da filha, os agentes forçaram a entrada no imóvel e confirmaram o óbito. A casa estava toda bagunçada, o que indicava a cena de um roubo seguido de morte. Entre os objetos encontrados no local, havia muitas latas de bebida alcoólica, além de objetos de criança, como fraldas e uma mamadeira. Esse cenário levantou a suspeita de que uma garota de programa com a qual a vítima já tinha mantido relacionamento, pudesse estar envolvida.

A guarnição policial deslocou-se até o paradeiro da suspeita, um apartamento invadido no bairro Jardim Tijuca, e encontrou-a na companhia do atual namorado e de um amigo, bem como na posse de alguns pertences da vítima. Imediatamente, a mulher de 28 anos confessou ter planejado o crime, juntamente de seu namorado, e chamado o amigo para participar da empreitada criminosa. Ela teria dito que, após consumirem bebidas alcoólicas na parte externa da casa, os dois homens pegaram a vítima, levaram-no para o quarto, onde o enforcaram com um cinto e depois o esfaquearam. Após matar o homem, os três subtraíram objetos de valor, além de quantia em dinheiro que encontraram no imóvel. Eles chamaram um motorista de aplicativo e, no caminho de volta para a casa da suspeita, desfizeram-se do cinto usado no estrangulamento e do celular da vítima.

Já na delegacia, tanto a mulher, quanto o amigo, exerceram o direito de permanecer em silêncio durante o interrogatório. O namorado, porém, relatou situação diferente à polícia. Segundo ele, apenas os outros dois envolvidos dirigiram-se à casa da vítima, já na intenção de roubá-lo e apenas comunicá-lo quando obtivessem êxito na empreitada. O crime, contudo, teria se complicado e a vítima acabou sendo morta. Após ceifar-lhe a vida, o namorado da mulher teria ligado para ele e pedido que fosse até o local para levá-los de volta para a casa.

Na decisão proferida nesta manhã (4), o magistrado plantonista, Mário José Esbalqueiro Júnior, converteu o flagrante dos três suspeitos em prisão preventiva. Um dos elementos usados pelo juiz foi a reincidência do custodiado no mesmo delito. “Verifica-se, in casu, pelas condições do delito, em especial pela natureza do crime, com emprego de grave ameaça e violência à pessoa, aliados aos maus antecedentes e demais fundamentos descritos, que também não autorizam a substituição por medidas cautelares diversas, não ser recomendável a concessão de medida cautelar mais branda”, destacou o juiz.

O magistrado ressaltou que, embora haja Recomendação do Conselho Nacional de Justiça acerca da máxima excepcionalidade na decretação de novas ordens de prisão preventiva, a gravidade do crime e a violência empregada não tornam recomendável a concessão de liberdade provisória ou de outra medida cautelar mais branda.

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