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Polícia conclui inquérito de golpistas em MS e indicia grupo por estelionato, associação criminosa e falsidade

Ao todo, 4 pessoas tiveram a prisão preventiva decretada. Já no município de Franca (SP), que é cidade de origem dos golpistas, o número de vítimas passa de 100.

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Foto: Reprodução/TV Morena

A Polícia Civil concluiu o inquérito dos golpistas do interior de São Paulo e que fizeram ao menos 13 vítimas, em Campo Grande. O grupo foi indiciado pelos crimes de estelionato, associação criminosa e falsidade ideológica, conforme afirmou ao G1 a delegada Cláudia Angélica Gerei, responsável pelas investigações.

"As últimas 3 vítimas nós envolvemos no inquérito que estava em andamento e foi concluído. A investigação apontou que eles possivelmente alugavam carro importanto para ir ao encontro das vítimas, já que não encontramos nenhum veículo em posse deles. Nós também localizamos muitos comprovantes de transferência, máquinas utilizadas por eles, notebook onde faziam contratos e que foi encaminhado para perícia, além de muitos recibos e comprovantes de transferências para terceiros", explicou Gerei.

Ao todo, 4 pessoas tiveram a prisão preventiva decretada. Já no município de Franca (SP), que é cidade de origem dos golpistas, o número de vítimas passa de 100. "No caso de Curitiba e Ponta Grossa, onde temos informações de possíveis vítimas, nós vamos encaminhar cópia do inquérito, para que o crime seja apurado lá também", ressaltou a delegada.

Atrativos para encontro

A "isca" para as vítimas era clara: promessa de uma carta de crédito, com os juros mais baixos possíveis do mercado e entrada parcelada. Ao pesquisar na internet e chegar até o site, as pessoas recebiam estas informações e mais detalhes somente por WhatsApp. Em seguida, era marcado o encontro, no qual os golpistas chegavam de terno, Camaro e em um dos prédios mais renomados da cidade, localizado na avenida Afonso Pena.

"Eles chegavam a falar para as vítimas que o prédio era deles. As vítimas procuravam algo a respeito na internet e o maior poder de convencimento era pelo WhatsApp. Eles então chegavam muito bem vestidos, de carro importado e com muitos atrativos. Em uma destas ocasiões é que fizemos o flagrante, de uma pessoa que estava com o contrato na mesa, prestes a assinar", afirmou recentemente o delegado Enilton Pires Zalla.

O prejuízo inicial, somente de 10 contratos apreendidos, foi de R$ 350 mil. "Isso tudo fora o que foi levantado ao longo da investigação. Eles são de Franca, no interior de São Paulo, e lá ficamos sabendo que uma vítima deu a eles R$ 200 mil com a promessa de que receberia uma carta de crédito de R$ 1 milhão. Podemos dizer que eles fizeram vítimas em ao menos três estados e o prejuízo estimado aqui é de R$ 500 mil", disse o delegado.

Sonho virou pesadelo

Na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), as vítimas prestaram depoimento e falaram sobre um sonho que virou pesadelo. "Algumas delas, inclusive de Sidrolândia, falaram que os golpistas chegavam e circulavam na cidade com o Camaro. Nós temos agora muitos contratos fraudulentos para analisar e também estamos, aos poucos, entrando em contato com pessoas que constam nas movimentações, além dos extratos de contas correntes deles, máquinas de cartão de crédito e computador", ressaltou Zalla.

Ainda conforme a polícia, todo o material apreendido já é suficiente para caracterização dos crimes. "Temos ao menos 20 vítimas e agora o juiz já decretou a prisão preventiva. Aqui no estado, eles chegaram em maio e ao todo já acreditamos em 100 vítimas. Eles falaram que não possuíam antecedentes criminais, porém, localizamos na casa deles um contrato advocatício em que eles deveriam estar lá na 4ª D.P, de Franca, para responder pelos mesmos fatos", finalizou o delegado.

Entenda o caso

A quadrilha é suspeita de aplicar golpes de consórcio em moradores de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Eles foram flagrados entre a noite do dia 17 de outubro e a madrugada posterior, em Campo Grande. A prisão preventiva foi decretada no dia seguinte. Em seguida, a Delegacia Especializada em Repressão a Crimes de Defraudações (Dedfaz) é quem assumiu o caso.

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