Trabalhador rural Adalmir Lopes Torres, 23 anos, foi julgado na manhã desta terça-feira (15), na 1ª Vara do Tribunal do Juri de Campo Grande pelo juiz Carlos Alberto Garcete. Ele é suspeito de ter atirado no rosto de adolescente de 16 anos. A denúncia do Ministério Público Estadual (MPE-MS) é de que o crime foi motivado por ciúmes do autor, mas Torres nega e diz que “queria dar um susto nela”.
De acordo com depoimento do suspeito, a adolescente estaria provocando ele ao abraçar outro rapaz durante festa. Discussão começou e, segundo Torres, a adolescente teria dado um tapa no rosto dele. Após a agressão, ele fez dois disparos.
O caso aconteceu em janeiro de 2018. A adolescente morava em Sidrolândia e teria ido em uma kitnet na Rua Porto dos Gaúchos, no Bairro São Jorge da Lagoa, em Campo Grande, onde ocorria uma festa. De acordo com a denúncia do MPE, Torres era amante da adolescente e teria ficado com ciúmes dela com os amigos que estavam na festa.
Torres e a adolescente estavam ingerindo bebidas alcoólicas. Ele viu a vítima abrançando amigos, foi até a casa dele, que fica distante a 300 metros da kitnet, pegou uma arma calibre .38 dentro do guarda-roupas e, ao voltar para o local da festa, atirou dua vezes, atingindo o rosto da adolescente.
Na ocasião, a vítima foi encaminhada à Santa Casa de Campo Grande em estado grave. Ela passou por uma cirurgia neurológica e teve sequelas, ficando com o rosto paralisado devido ao disparo.
Torres é casado e disse, durante o juri, que não teve intenção de atingir a adolescente. “Foi sem intenção, queria dar um susto nela”, reforçou ele.
No dia posterior ao crime, o trabalhador rural foi encontrado pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar, em fazenda que pertence a sua irmã, na saída para Rochedo.
Ele estava portando a arma calibre .38 usada no crime, com três munições intactas e três deflagradas. Questionado pelos policiais, ele assumiu ter atirado na adolescente. Ele disse ainda que só atirou porque a garota deu um tapa no rosto dele.
Torres foi preso e encaminhado para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) do Centro da Capital, onde foi autuado por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, tentativa de feminicídio, violência doméstica e familiar.
Ele tinhaoutras passagens pela polícia, incluindo duas tentativas de homicídio em 2012 e um homicídio em 2013.
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.