Buscar

Secretaria prorroga afastamento de guardas suspeitos de formar milícia

Afastamento é de 30 dias até concluir procedimento disciplinar

Cb image default

Robert e Rafael, presos entre 23 a 31 de maio, têm envolvimento com empresário apontado como real dono das armas (Álvaro Rezende/Correio do Estado)

Os guardas municipais Rafael Antunes Vieira e Robert Vitor Kopetski, suspeitos de formarem uma uma milícia e que tinham um arsenal de armas avaliados em mais de R$ 500 mil, tiveram a prorrogação do afastamento dos seus serviços na corporação. A prorrogação do afastamento foi publicada na edição desta segunda-feira (29) no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande).

Conforme a publicação, o afastamento preventivo é por 30 dias com efeito a contar no dia da publicação até o Procedimento Administrativo Disciplinar da Secretaria Municipal de Segurança e Justiça Social for concluído.

Os suspeitos conseguiram a liberdade provisória no dia 31 de maio, depois de serem presos no dia 22 após policiais da Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras) descobriram o envolvimento deles no arsenal guardado em uma casa no bairro Monte Líbano, em Campo Grande.

No último dia 19, o Ministério Público Estadual (MPE/MS) pediu pela terceira vez a prisão dos dois guardas municipais supostamente envolvidos em crime de pistolagem, além do motorista de aplicativo Flavio Narciso Morais. A justificativa do pedido de prisão da procuradora de Justiça Sara Francisco Silva é de que esposa do guarda municipal, Marcelo Rios que foi preso depois de ter sido flagrado com arsenal em vários endereços, está sendo ameaçada de morte porque os guardas temem uma delação da parte dela. O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) pleiteou o restabelecimento da prisão preventiva dos recorridos.

A justificativa da procuradora de Justiça Sara Francisco Silva, que assinou o pedido de prisão dos autores, alegou nos autos a importância de se destacar que a testemunha Eliane Benitez Batalha dos Santos - esposa do guarda municipal que está preso por suposto crime de pistolagem, Marcelo Rios - corre perigo de vida por ser alvo da suposta organização criminosa em questão e que os três guardas municipais passaram a persegui-la em razão de ser esposa do denunciado. De acordo com o documento, os outros suspeitos temiam uma espécie de delação da parte da testemunha.

Os três guardas municipais estariam ameaçando Eliane de morte e teriam controlado todas as atividades dela. Ainda de acordo com os autos, os três guardas estariam selecionando até mesmo os lugares que Eliane poderia frequentar e as pessoas que conversariam com ela, bem como mantiveram vigia permanente em sua residência.

A procuradora alegou que apenas as medidas cautelares impostas pela Justiça não são suficientes para assegurar que a vida de Eliane seja resguardada e por esse motivo, pede a prisão dos guardas. “ A citada decisão merece reforma, a fim de ser estabelecida a prisão cautelar dos recorridos para assegurar a ordem pública, a aplicação da lei penal e por conveniência da instrução criminal, sendo insuficiente a aplicação das medidas cautelares”, diz parte do documento assinado pela procuradora.

No dia 31 de maio a Justiça determinou que a prisão preventiva dos autores fosse substituída por medidas cautelares, como o comparecimento ao juízo para detalhar atividades, bem como proibindo contato com Eliane, alegando que a prisão era desnecessária porque a paz social havia sido restabelecida.

Na conclusão do documento, a procuradora declarou que a decisão proferida pela juíza da 3ª Vara criminal deve ser reformada a fim de ser restabelecida a prisão preventiva dos recorridos.

ENTENDA O CASO

Marcelo Rios foi preso em 19 de maio deste ano, depois de ter sido flagrado com um arsenal em vários endereços. A maior parte das armas estava em uma casa localizada no Bairro Monte Líbano. No local, havia seis fuzis (dois AK-47 de calibre 762 e quatro de calibre 556), um revólver 357, 11 pistolas 9 milímetros, quatro pistolas .40, uma pistola de calibre 22 e outra pistola de calibre 380, além de duas espingardas, sendo uma de calibre 12 e outra de calibre 22. Também foram encontradas 1.753 munições, 392 para os fuzis AK-47.

(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

Na semana seguinte à prisão de Marcelo, Eliane, conforme consta nas investigações, passou a ser assediada pelos colegas do marido. Por isso, os outros dois guardas municipais e o motorista de aplicativo foram presos em seguida por obstrução da Justiça. Eles foram libertados no início de junho e, desde então, o Ministério Público quer mandá-los de volta à prisão. Atualmente, as armas estão armazenadas na Polícia Federal, e Marcelo Rios foi transferido para penitenciária federal.

A força-tarefa do Garras, investiga três execuções ocorridas desde o ano passado na Capital em que armas semelhantes às apreendidas foram utilizadas contras as vítimas.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.