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Sem provas, MP arquiva denúncia anônima sobre possível ‘compra’ de votos na cassação de Bernal

Julgado inconsistente a continuidade do processo e arquivamento foi publicado no Diário Oficial do Ministério Público Estadual

Ex-prefeito de Campo Grande Alcides Bernal se mostra confiante na investigação do Gaeco (Foto: Capital News)

O Conselho Superior do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPE-MS) julgou inconsistente a continuidade do processo que envolve a compra de votos dos vereadores de Campo Grande em relação à cassação do ex-prefeito Alcides Bernal (PP) em março de 2014.

Denúncia anônima

O arquivamento foi publicado no Diário Oficial do Ministério Público na última segunda-feira (8). “A secretaria do Conselho Superior do Ministério Público em cumprimento do disposto ao artigo 126 do regimento Interno do Conselho Superior do Ministério Público da conhecimento aos interessados, da existência da promoção de arquivamento dos autos abaixo relacionados para que no prazo de 10 dias, querendo, apresentem razões escritas, peças informativas ou documentos que serão a estes juntados.

Em seguida o “Procedimento preparatório nº 6/2015 na 29º Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da comarca de Campo Grande onde o requerente Ministério Público Estadual e requerido a apurar assunto: Apurar eventual irregularidade consistente no pagamento de vereadores para votarem a favor da cassação do ex-prefeito Alcides Jesus Peralta Bernal em março de 2014”, diz no Diário Oficial do MP.

Segundo a assessoria de comunicação do Ministério Público Estadual não há provas consistentes para a continuidade do processo. “Essa situação foi feita através de uma denúncia anônima onde ao passar do processo verificou a inconsistência das provas, por isso a não continuidade do processo. Neste caso, foi oferecido um prazo de 10 (dez) dias para que caso haja alguma novidade ou alguma prova de relevância é possível dar continuidade no processo, caso contrário não será levado a diante”, destacou a assessoria.

Confiança

Em contato da reportagem do Capital News, com o ex-prefeito Alcides Bernal (PP) ele comentou que a denúncia anônima feita ao Ministério Público não teve “forças” para continuar. Bernal porém, acredita na investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) para provar irregularidades na votação.

“Realmente essa denúncia anônima que foi feita ao Ministério Público não tinha consistência e dificilmente poderia ser levada a diante, pois é preciso ter uma materialidade maior dos fatos para se chegar a uma conclusão. Não acredito que esta seja a que o Gaeco está trabalhando. São casos distintos e normalmente as denúncias anônimas mencionam fatos e sugerem provas mas não carregam consigo uma certa relevância para se chegar a uma conclusão. 

Com certeza essa pessoa que fez a denúncia pensou nas conseqüências e não expôs o nome em risco e assim fica realmente difícil. No processo do Gaeco, esse sim tem materialidade, têm gravações, diálogos, depoimentos, provas com uma materialidade relevante. Só estamos aguardando o momento que o Ministério Público vai achar oportuno e oferecer a denúncia. 

O Gaeco fez um bom trabalho e tenho certeza que estas e outras denúncias serão apuradas”, diz Bernal, confiante sobre a continuidade das investigações. 

Alcides Bernal foi cassado em março de 2014 com 23 votos favoráveis e 6 contra na Câmara Municipal de Campo Grande, sendo substituído pelo então prefeito Gilmar Olarte (PP).

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