Buscar

Contra volta do PT à 'cena do crime', manifestantes não arredam o pé do CMO

Patriotas não aceitam resultado suspeito de fraude nas urnas nas eleições de outubro

Cb image default
Divulgação

O CMO (Comando Militar do Oeste), em Campo Grande, se transformou no ponto de concentração permanente de manifestantes que não aceitam o resultado suspeito de fraude nas urnas nas eleições de outubro.

São milhares de pessoas que se posicionam diariamente contra a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à "cena do crime".

Há suspeita de fraude nas urnas em várias seções eleitorais em todo o país durante o primeiro turno e o segundo turno das eleições, cuja disputa estava sendo liderada pelo presidente Jair Bolsonaro até a "virada" registrada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O movimento envolve "bandeiraço", fogos de artifícios, "buzinaço" e até pedidos de intervenção militar no país por conta do resultado suspeito.

São pessoas comuns, empresários e até militantes partidários que se dedicam diariamente ao movimento visando impedir que o petismo volte a governar o país.

Além de Campo Grande, várias cidades sul-mato-grossenses estão mobilizadas, como Dourados, o segundo maior colégio eleitoral do Estado.

"Estou lutando por todos, principalmente pelos nossos filhos e netos", comentou o empresário Gleibe Rosa Máximo, o Máximo Brasil, em grupo de whatsApp de amigos. Ele tem participado diariamente do ato juntamente com amigos e familiares.

O empresário tem cobrado, inclusive, a participação de mais amigos nas manifestações. Segundo ele, esse é o momento. "A fraude já foi esclarecida. Agora é guerra do bem contra o mal", escreveu, ao motivar mais voluntários para participar do movimento em Campo Grande.

Em Bandeirantes, cidade próxima a Capital, a população também tem se manifestado contra a volta de Lula ao Palácio do Planalto.

"Bandeirantes foi uma das cidades mais comentadas do Estado, pois foi a primeira a ser manifestar", atesta o empresário Haroldo Fernandes de Lima.

Além do fato de Lula ter sido condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, manifestantes de todo país repudiam a "interferência" do ministro do STF e presidente do TSE , Alexandre de Moraes, durante todo o pleito.

O próprio Bolsonaro denunciou por várias vezes a fragilidade das urnas e também decisões tomadas pelo ministro suspeitas de beneficiar o candidato petista em detrimento de sua reeleição. Isso sem contar a "mordaça" imposta a vários influenciadores bolsonaristas nas redes sociais e até impedimento de candidatos ligados a ele de postular cargos eletivos.

Na iminência de voltar à "cena do crime", como diria o seu adversário e hoje seu vice eleito, Geraldo Alckmin (PSB), Lula foi condenado em três instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro público.

Lula e Alckmin só serão diplomados após o término do prazo de questionamento legal do resultado e de processamento final do resultado das eleições.

A entrega do diploma está prevista até o dia 19 de dezembro.

Durante a cerimônia de diplomação, o TSE atesta que os candidatos à Presidência da República e à Vice-Presidência foram efetivamente eleitos e estão aptos a tomar posse nos cargos se não ocorrer nenhum impedimento legal.

HISTÓRICO DA CORRUPÇÃO

O ex-presidente foi solto em 8 de novembro de 2019 após 580 dias preso na sede da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba.

A soltura do ex-presidente ocorreu um dia após o STF ter decidido, por 6 votos a 5, que um condenado só pode ser preso após o trânsito em julgado (o fim dos recursos). Isso alterou a jurisprudência que, desde 2016, tem permitido a prisão logo após a condenação em segunda instância.

A pena de Lula foi definida pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) em oito anos, 10 meses e 20 dias. O petista foi condenado sob a acusação de aceitar a propriedade de um triplex, em Guarujá, como propina paga pela OAS em troca de três contratos com a Petrobras, o que ele sempre negou.

O ex-presidente ainda é réu em outros processos na Justiça Federal em São Paulo, Curitiba e Brasília. Com exceção de um dos casos, relativo à Odebrecht no Paraná, as demais ações não têm perspectiva de serem sentenciadas em breve.

Em 8 de março de 2021, o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), anulou todas as condenações do ex-presidente pela Justiça Federal no Paraná relacionadas às investigações da Operação Lava Jato.

Com a decisão, Lula recuperou os direitos políticos e volta a ser elegível.

A decisão foi considerada uma manobra do ministro, que foi indicada pela presidente Dilma Rousseff para o STF. 

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.