Publicado em 01/03/2021 às 13:34, Atualizado em 01/03/2021 às 17:36

De motoboy a fotojornalista premiado, Valdenir perde luta para a Covid-19 aos 55 anos

Após quatro décadas de trabalho na imprensa sul-mato-grossense, profissional deixa legado e o ofício, repassado com maestria para os dois filhos, também fotógrafos.

G1/MS,
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Foto: Redes Sociais/Reprodução

De motoboy a fotojornalista premiado, Valdenir Rezende perdeu a luta para a Covid-19. Ele estava internado no Hospital da Unimed, em Campo Grande, e faleceu aos 55 anos na tarde desse domingo (28). Após quatro décadas de trabalho na imprensa sul-mato-grossense, ele deixa legado e o ofício, repassado com maestria para os filhos.

Atualmente, Valdenir trabalhava no Correio do Estado. Segundo Vera Braga, que atua na parte administrativa do jornal, ele começou a trabalhar aos 14 anos.

"Inicialmente levava encomendas e correspondências, além de algum serviço de rua. Antigamente não era tudo informatizado, mais pessoalmente. Depois é que ele foi aprendendo sobre fotografia. Ele saiu e retornou em 1981, já como fotógrafo", relembrou.

Ainda conforme Vera, após um período ele passou a atuar nos jornais Diário da Serra e TV Campo Grande e, no dia 1° de dezembro de 1998, ele retornou para o jornal impresso, onde permaneceu até os dias atuais.

"Ele acompanhou muitas mudanças do estado, até mesmo do trabalho da imprensa. Ganhou inúmeros prêmios e os filhos dele também abraçaram a profissão do pai. Os dois continuam aqui conosco. Neste momento, a tristeza toma conta do jornal, não temos nem palavras neste momento. Ele era muito jovem, com certeza tinha muitos planos ainda", argumentou Braga.

A jornalista Rosana Siqueira, de 50 anos, atuou com Valdenir por cerca de 20 anos. "Eu entrei no Correio em 1995 e logo que fechou o Diário da Serra ele foi para o Correio. Naquela época não tínhamos internet e ele começou muito jovem. Valdenir sempre foi muito alegre, tinha paciência com os novatos. E ele adorava agronegócios e nós ganhamos muitos prêmios juntos", comentou.

A paixão dele pela fotografia, ainda conforme Rosana, é que levou os filhos a se dedicarem a mesma profissão. Mais velho, ele também decidiu retomar os estudos e então fez faculdade de jornalismo.

"Ele palpitava muito e sempre chegava na redação com pautas. Era uma pessoa maravilhosa e pai exemplar. Quando ele internou, nós tínhamos certeza que ele ia ficar bem. Nossa amizade era muito bonita, ele me chamava de Ro, falava dos planos em passear com a esposa, com os filhos, muito triste", finalizou.