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Erro médico em parto realizado no HR é investigado pelo MPE

Mãe foi hoje ao MP ser ouvida pela primeira vez sobre o caso (Foto: Marcelo Victor)

A mãe do bebê de oito meses que nasceu com sequelas cerebrais após ser sufocado no parto com o cordão umbilical, no HR (Hospital Regional) de Campo Grande, foi ouvida na tarde dessa segunda-feira (22) pelo MPE-MS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul), que abriu inquérito para investigar o caso.

Vanessa Cavalcante, 27, foi ouvida pela promotora Jacaguara Passos, ao lado do marido, o atendente de call center Heber da Silva Zárate, 28. O caso aconteceu no dia 21 de outubro de 2014, quando ela sentiu fortes dores de parto e foi para o HR.

Chegando ao local, às 14h, ela avisou que desde os seis meses de gestação sabia que o bebê não estava em posição adequada para o parto normal, e o procedimento a ser feito era a cesariana. Porém, a informação foi ignorada.

Durante as tentativas de parto normal, já a meia-noite, foi tomada a decisão pela cesariana. “Quando viram que não tinha condições de ser parto normal, o cordão já tinha sufocado ele”, explica Vanessa, que teve o diagnóstico da posição do bebê feito na UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) do Jardim Antártica.

“Meu sentimento é de tristeza e agonia. Não sei como será o desenvolvimento do meu filho, que não se movimenta, não sorri”, lamenta Vanessa, que está desempregada e depende do marido, que ganha um salário mínimo e torna a situação financeira outro complicador, já que ela não pode trabalhar para cuidar do filho, hoje com oito meses.

Entre as despesas, está a compra de leite especial, no valor de R$ 300, e a parcela de aproximadamente R$ 400 de um carro usado para levar a criança para tratamento com fonoaudiólogo, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional. Atualmente, o casal depende de doações de amigos e familiares para se manter.

“Quando ele nasceu, já me falaram que ele teria sequelas, e ainda disseram para eu ficar tranquila, pois existiam ótimos neurologistas para cuidar do meu filho”, revela Vanessa, que segundo a advogada que a acompanha, Eliane Potrich, irá aguardar o fechamento do inquérito para entrar com pedido de indenização, diante da dificuldade financeira apresentada.

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