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Polícia Militar matou 14 suspeitos em confrontos e abordagens este ano

Policial militar foi morto na avenida 14 de Março, em Corumbá, no dia seguinte, o colega dele matou o autor do homicídio (Foto: Diário Corumbaense)

Um levantamento realizado pelo Campo Grande News, mostra que de janeiro até agora, 14 pessoas morreram em confronto ou resistência a abordagens da Polícia Militar, em Mato Grosso do Sul. O número é baseado em matérias produzidas a partir dos casos registrados e mostra uma média de 2,3 mortes por mês. No mesmo período, dois policiais militares morreram e seis ficaram feridos quando estavam em serviço, segundo dados da Sejusp( Secretaria de Estado justiça e Segurança Pública).

Nenhum policial sai de casa para matar, mas também não sai para voltar morto, diz o Comandante do Batalhão de Choque da PM, Marcos Paulo Gimenes. Segundo ele, o policial tem uma fração de segundos para avaliar a legalidade, necessidade e proporcionalidade da ação e faz o uso progresso da força. O policial não sai atirando em qualquer, tem técnica, treinamento e faz num estuda da situação antes de qualquer atitude, e reponde conforme a ameaça, reforça.

Para o comandante, apesar do número de mortes, a Polícia Militar não possui uma conduta de guerra. Todos os dias realizamos ações que incluem aprenssões e prisões, muitas sob a resistência do autor, nem por isso atiramos neles. Se comparar com o trabalho realizado, o número é irrelevante, considera.

Nos últimos seis dias, três suspeitos foram mortos pela PM, dois no interior e um na Capital. O caso mais recente ocorreu na noite desta terça-feira(16). Jean Carlos de Carvalho de 19 anos, morreu após tentar fugir ao ser abordado pela Polícia Militar. Os vizinhos e a família dele garantem que não houve qualquer reação do rapaz contra os militares. O jovem foi atingido por um disparo na costela.

O inquérito para apurar o caso foi instaurado nesta quinta-feira(18). Conforme o delegado da 6ª delegacia de Polícia Civil, responsável pelo caso, Bruno Urban, os quatro policiais mantem a mesma versão de que o suspeito apontou a arma de brinquedo para eles, e frisa que as duas versões serão investigadas.

Ainda segundo dados do delegado, a vítima fatal possui extensa ficha criminal que parte desde os tempos de adolescente, com crimes e atos infracionais graves.

Em um dos casos ocorridos no interior, o policial militar Edevaldo Aleixo Marques Fontes, 38 anos, matou dentro do pronto-socorro de Corumbá, Jonilson Silva da Cruz, 33 anos, porque ele assassinou o policial João Márcio Leite da Cruz, 34 anos, durante um confronto. 

O soldado Fontes se apresentou ao Comando da PM e foi preso. O comandante da PM em Corumbá disse que os dois policiais militares estavam de folga. Um inquérito policial militar foi instaurado para apurar o caso. A Polícia Civil também investiga os homicídios.

Letalidade x criminalidadeAo contrário do que muitos pensam, não existe relação entre a letalidade e a redução dos índices criminais. Apesar de 14 suspeitos de roubos terem sido mortos esse ano, as ocorrências do crime em Campo Grande alcançaram o maior índice em 2015. Os registros da Sejusp(Secretaria de Justiça e Segurança Pública) apontam que nos últimos dois anos, no período de 1º de janeiro até 29 de maio, houve um crescimento de 104% nas ocorrências.

A Redação questionou a PM sobre os dados do semestre sobre confrontos e resistências seguidos morte, as circunstâncias avaliadas e critérios utilizados por um policial para atirar e o procedimento instaurado a partir dos casos, como, por exemplo, investigações e punições, mas até o fechamento desta reportagem não obteve resposta.

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