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Família encontra carta de 132 anos dentro de garrafa na Austrália

O bilhete é o mais antigo já descoberto dentro de recipiente; pesquisadores acreditam que ele tenha sido atirado ao mar a partir de um navio alemão

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@kym.illman/Facebook

Uma carta de 132 anos foi encontrada por uma família dentro de uma garrafa parcialmente enterrada em uma praia Austrália Ocidental. O objeto, o mais antigo desse tipo já encontrado, foi levado a pesquisadores do Western Australian Museum (WAM, na sigla em inglês) para análise. Acredita-se que a garrafa foi atirada ao Oceano Índico a 950 quilômetros da costa australiana, a partir de um navio alemão.

A garrafa, assinada em 12 de junho de 1886, foi descoberta pela fotógrafa Tonya Illman na ilha de Wedge, 180 quilômetros ao norte da cidade de Perth. Até então, o recorde de carta dentro de uma garrafa mais antiga já encontrada era de 108 anos, contados entre o lançamento da mensagem ao mar e a sua descoberta.

Tonya disse que percebeu o objeto quando o carro de seu filho ficou atolado na areia macia e ela decidiu descer do veículo. “Minha amiga Grace Ricciardo e eu estávamos andando pelas dunas quando vi algo que saía da areia e fui olhar mais de perto”, conta Tonya, em comunicado divulgado pelo WAM.

“Parecia simplesmente uma linda garrafa velha, então peguei pensando que poderia ficar bonita na minha estante de livros. A namorada do meu filho foi quem descobriu o bilhete quando passou a mão para tirar a areia. A mensagem estava úmida, enrolada firmemente e embrulhada com uma corda.”

Tonya diz que levou o objeto para casa e esperou a carta secar. Quando abriu, viu que havia um texto impresso, com algumas partes escritas à mão, todo em alemão. Ela e o marido, Kym, começaram a buscar informações sobre a mensagem na internet e descobriram que ela fazia parte de um experimento oficial conduzido pelo Deutsche Seewarte, ou o Observatório Naval Alemão, como é conhecido atualmente.

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Garrafa encontrada na Australia possui mensagem de 132 anos (Reprodução/Youtube)

Rotas

De 1864 a 1933, milhares de garrafas com mensagens foram atiradas aos mares por navios alemães, principalmente com o objetivo de estudar as correntes marítimas e buscar rotas mais rápidas de navegação. Cada uma das mensagens continha uma forma diferente de escrever a data em que ela foi jogada ao mar, as coordenadas exatas de sua origem, o nome do navio, os portos dos quais ele partiu e aos quais se dirigia e a rota escolhida.

Este afirmava que a mensagem havia sido atirada a partir de uma embarcação chamada Paula, que viajava da capital do País de Gales, Cardiff, para Macáçar, nas Índias Orientais Holandesas – atual Indonésia. Na parte de trás, o bilhete pedia para que a pessoa que o encontrou escrevesse a data e o local da descoberta e devolvesse o objeto às autoridades alemãs. Foi então que Tonya decidiu levá-lo ao museu australiano para obter mais informações.

Os pesquisadores acreditam que a garrafa chegou à praia cerca de um ano após o lançamento – porém, permaneceu escondida debaixo uma camada de areia úmida por mais de um século, até que os ventos a desenterrassem. Uma análise aprofundada confirmou que a data de fabricação da garrafa e do papel era compatível com o ano em que a mensagem foi assinada.

Os especialistas também contataram observatórios na Alemanha e na Holanda e confirmaram a existência do navio, as datas, as coordenadas e até a autenticidade da caligrafia do capitão.

Dos milhares de garrafas jogadas ao mar durante os 69 anos de experimento, apenas 663 bilhetes foram devolvidos às autoridades – e a nenhuma garrafa. O objeto encontrado por Tonya é o único exemplo conhecido do tipo de garrafa usada naquela época. Tirando essa descoberta, a última vez que uma mensagem desse experimento alemão foi encontrada e comunicada às autoridades foi em 7 de janeiro de 1934, na Dinamarca.

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