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Membros da família real saudita ficam detidos em hotel cinco estrelas

Ritz-Carlton, em Riad, abriga detidos em ação anticorrupção, mas sem comunicações

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FAYEZ NURELDINE / AFP/5-11-2017

Antes acostumados a voar a Paris, Londres ou Nova York sempre que quisessem, os membros da família real saudita detidos no último sábado durante a operação anticorrupção comandada pelo príncipe herdeiro do reino, Mohammed bin Salman, agora se veem impedidos de deixar o país. No entanto, sua detenção os levou a um cenário familiar. O hotel cinco estrelas Ritz-Carlton, em Riad, se transformou, no último fim de semana, no que parece ser a mais luxuosa prisão do mundo.

Um vídeo de baixa qualidade que circulou na segunda-feira mostra membros da Casa de Saud — a família real saudita — deitados em colchonetes cobertos por mantas com motivos florais e observados de perto por guardas em uniformes escuros. De acordo com o procurador-geral do país, Saud al-Mujeb, os acusados estão sendo secretamente interrogados para proteger a integridade dos processos legais. Al-Mujeb garantiu que o status elevado dos detidos não os deixará imunes à ação da Justiça.

O salão de bailes B, onde o vídeo foi gravado, tem pouco menos de 1.860 metros quadrados e pode ser usado para banquetes, acomodando 1.400 pessoas, ou recepções, abrigando dois mil convidados. Do lado de fora, fileiras de palmeiras adornam a entrada do hotel, que conta com uma impressionante escada dupla e cintilantes lustres nos salões de baile. Meses atrás, em maio, o Ritz estava repleto de bandeiras americanas para receber o presidente Donald Trump em sua primeira viagem internacional.

Como a maioria dos espaços públicos na Arábia Saudita, o Ritz não permite o uso de bermudas, saias ou camisas sem mangas. Entre as recomendações do hotel estão o uso de trajes locais ou formais.

Segundo o site do hotel, as linhas telefônicas e de internet do Ritz-Carlton estão “desconectadas até segunda ordem”. Um porta-voz do hotel foi procurado pelo “New York Times” para comentar a transformação do Ritz em centro de detenção, mas não atendeu ao pedido do diário.

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