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Militantes matam mais de 230 pessoas em ataque a mesquita no Egito

Presidente do Egito Abdel Fattah Al Sisi se reúne com autoridades após ataque

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AFP

Militantes mataram mais de 230 pessoas em uma mesquita no Sinai do Norte, no Egito, nesta sexta-feira, explodindo uma bomba e baleando fiéis, no ataque mais mortífero da história recente do país, disseram testemunhas e a mídia estatal.

Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque, mas desde 2013 as forças de segurança vêm combatendo uma afiliada do Estado Islâmico na região predominantemente desértica, e os militantes já mataram centenas de policiais e soldados.

A mídia estatal mostrou imagens de vítimas ensanguentadas e corpos cobertos por cobertores dentro da mesquita Al Rawdah, localizada em Bir al-Abed, a oeste de El Arish, a principal cidade do Sinai do Norte.

Os fiéis encerravam suas orações de sexta-feira quando a bomba explodiu, relataram testemunhas. Cerca de 40 atiradores se posicionaram do lado de fora da mesquita com jipes e abriram fogo de direções diferentes enquanto as pessoas tentavam fugir, segundo as testemunhas.

"Eles atiravam nas pessoas à medida que elas saíam da mesquita", disse um morador cujos familiares estavam no local. "Eles atiraram nas ambulâncias também".

A Procuradoria-Geral disse em um comunicado que 235 pessoas morreram e que 109 ficaram feridas.

Atacar uma mesquita seria uma mudança de tática para os militantes do Sinai, que geralmente visam soldados, policiais e igrejas cristãs.

A rede de televisão Al Arabiya e algumas fontes locais disseram que alguns dos fiéis eram sufis, que extremistas como os membros do Estado Islâmico veem como apóstatas por reverenciarem santos e santuários - algo equivalente à idolatria para os islâmicos.

Os jihadistas também têm atacado tribos locais e suas milícias por trabalharem com o Exército e a polícia, rotulando-os como traidores.

A facção do Sinai é uma das últimas remanescentes do Estado Islâmico desde o colapso do autodeclarado califado do grupo na Síria e no Iraque na esteira de derrotas militares para forças apoiadas pelos Estados Unidos.

O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, ex-comandante das Forças Armadas que se posiciona como opositor da militância islâmica na região, convocou uma reunião de segurança de emergência com seus ministros da Defesa e do Interior e com seu chefe de inteligência logo depois do atentado, informaram a Presidência e a TV estatal.

Ele prometeu que o ataque "não ficará impune".

Há tempo o Sinai do Norte, que se estende para o leste a partir do Canal de Suez na direção da Faixa de Gaza e de Israel, é um pesadelo de segurança para as forças de segurança egípcias por causa do contrabando.

Sisi tem apoio de alguns líderes tribais beduínos, que ajudaram o Exército a localizar rotas de contrabando de armas usadas por grupos jihadistas.

A violência se agravou no Sinai depois de 2013, quando Sisi liderou a deposição do presidente Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana.

Os militantes vêm tentando se expandir para além da desolada e desértica Península do Sinai e agir no território continental densamente povoado do Egito, e já atacaram igrejas de cristãos coptas e peregrinos.

Em maio atiradores atacaram um grupo copta que viajava a um monastério no sul egípcio, matando 29 pessoas.

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