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Ministro turco: maternidade é única carreira para mulheres

A declaração foi feita em visita aos primeiros bebês do ano nas maternidades dos hospitais de Istambul

(Foto: Twitter)
O ministro da Saúde turco relançou a polêmica iniciada pelo presidente Recep Tayyip Erdogan sobre o lugar natural da mulher, ao considerar nesta sexta-feira que a maternidade deve ser a única carreira das mulheres uma vez que elas se tornam mães.

As mães não devem colocar outras carreiras que não a maternidade no centro de suas vidas. Educar as novas gerações deve estar no centro de suas preocupações, afirmou Mehmet Müezzinoglu, segundo a imprensa local.

A declaração foi feita durante uma visita às maternidades dos hospitais de Istambul para visitar os primeiros bebês do ano.

Não demorou para que a fala do ministro fosse alvo de críticas nas redes sociais. A maternidade não é uma carreira, reagiu a escritora turca Eli Saf no Twitter. As mulheres turcas devem decidir por elas mesmas seu próprio caminho na vida.

A deputada opositora Aylin Nazliaka sugeriu que Müezzinoglu deixasse de falar. Há motivos ocultos por trás dessas declarações. Seu objetivo é converter as mulheres em cidadãs de segunda classe, escreveu na rede social.

Mas as críticas não mudaram o parecer do ministro, que reforçou sua opinião.

A maternidade não é uma carreira aberta a todos (...) é uma carreira indiscutível e sagrada, insistiu.

Acostumado dar declarações polêmicas, Erdogan protagonizou outra série de impropérios sobre a mesma questão - causando a indignação de integrantes do movimento feminista.

No final de novembro passado, o presidente turco declarou que a igualdade entre homens e mulheres era algo contra a natureza e ressaltou que o Islã definiu um lugar para as mulheres: a maternidade.

No mês passado, o chefe de Estado, que defende com afinco um mínimo de três filhos por casal, comparou os métodos contraceptivos a uma traição.

O islamo-conservador Erdogan, à frente do governo turco durante 11 anos antes de ser eleito presidente em agosto de 2014, é acusado com frequência de querer islamizar a sociedade turca e de limitar os direitos das mulheres.

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