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Professor foi decapitado por extremista muçulmano após mostrar charge de Maomé

Ele foi decapitado por Abdullakh Abouyezidovitch, 18 anos, nascido na Chechênia.

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Divulgação

Um professor francês foi decapitado na última sexta-feira, 16 de outubro, por um extremista islâmico. As investigações apontam que a vítima teve sua morte determinada por uma espécie de sentença religiosa e as autoridades tratam o crime como um ato terrorista muçulmano.

Samuel Paty dava aulas de História e Geografia na escola Bois d’Aulne, em Conflans-Sainte-Honorine, uma pequena cidade de 35 mil habitantes, situada a 50 quilômetros de Paris. Ele foi decapitado por Abdullakh Abouyezidovitch, 18 anos, nascido na Chechênia. Durante a perseguição após o crime, ele terminou morto a tiros pela Polícia.

Um dos países europeus que mais recebem imigrantes islâmicos, a França tem visto sua parte da história associada ao cristianismo ser gradualmente suprimida pela nova realidade, com o secularismo que se instalou ao longo das últimas décadas sendo rapidamente suprimido pela cultura que os imigrantes carregam consigo. Casos de perseguição a judeus no país têm sido recorrentes nos últimos anos.

Abdullakh Abouyezidovitch vivia na França desde 2008 e estava de maneira legalizada, com visto de refugiado, desde 2010. O documento havia sido renovado em março deste ano. Sua motivação para matar o professor Samuel Paty veio das críticas que alunos muçulmanos que frequentam a escola onde ele dava aulas faziam às suas apresentações relacionadas à liberdade de expressão.

Paty costumava usar as charges do tabloide francês Charlie Hebdo, representando Maomé – considerado profeta do islamismo – para ilustrar o conceito da liberdade de expressão, um dos pilares da República da França (igualdade, liberdade e fraternidade). Filhos de muçulmanos passaram a se queixar das charges e seus pais iniciaram um movimento de protesto, visando impedir que o professor continuasse a dar aulas

De acordo com informações do G1, dez pessoas estão sendo investigadas pela Polícia, incluindo o pai de uma aluna, Abdelhakim Sefriou, que gravou um vídeo onde exortava seus “irmãos e irmãs” a escreverem “pelo menos uma carta ao colégio, ao CCIF [Coletivo contra a Islamofobia na França], à inspeção acadêmica, ao ministro da educação ou ao presidente”, pedindo a expulsão do professor da escola. No dia 11 de outubro, ele repetiu a mensagem: “Se você quer nos apoiar e nos ajudar, sejamos muitos a registrar uma reclamação e dizer ‘não mexam com os nossos filhos’”, disse ele.

Ele está entre as onze pessoas que foram presas para que a investigação tenha andamento. O ministro do Interior, Gérald Darmanin, afirmou que o grupo suspeito “claramente lançaram uma fatwa” (ameaça de morte baseada na lei islâmica) contra Samuel Paty por conta das charges.

Emmanuel Macron, presidente francês, visitou o local do crime e afirmou que o professor “foi morto porque ensinava a liberdade de expressão, a liberdade de acreditar ou não”. Parte da resposta à decapitação do professor envolve a expulsão de 231 extremistas que integram a lista de Segurança de Estado que monitora pessoas radicalizadas. Do total, 180 extremistas estão presos e outros 51 são tratados como foragidos.

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