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Artigo: ‘Preste atenção no vice’, por Elizeu Gonçalves Muchon

Oito dos 35 presidentes que o Brasil teve ao longo de sua história republicana foram vices

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Oito dos 35 presidentes que o Brasil teve ao longo de sua história republicana foram vices

Oito dos 35 presidentes que o Brasil teve ao longo de sua história republicana foram vices que assumiram o cargo: Floriano Peixoto, Nilo Peçanha, Delfim Moreira, Café Filho, João Goulart, José Sarney, Itamar Franco e Michel Temer.

Entretanto, no período eleitoral, pouco se fala do candidato a vice-presidente. É um cargo, para o qual se escolhe um candidato pelo seu poderio financeiro, ou pelo tempo de rádio e TV que venha agregar. Não se observa as questões ideológicas e programáticas, (fica mesmo no campo do pragmatismo), chegando ao extremo de se juntar em uma única chapa o neoconservadorismo ao neoliberalismo. O resto que vá às favas, pois o povo não observa nas entrelinhas a malandragem dos caciques políticos e elegem verdadeiras incongruências.

No caso específico de Dilma e Temer; tratava-se ali de interesses do PT em apontar um vice que tivesse tempo de rádio e TV. Michel Temer do PMDB era o nome certo. Tanto que o Michel era elogiadíssimo pelos caciques petistas. Diziam os cardiais petistas: -“Temer é um jurista conceituado, deputado experiente que presidiu por duas vezes a Câmara dos Deputados”. Pouco, ou nada se avaliou na ideologia partidária, nada se discutiu na possibilidade de Temer vir assumir a presidência. De repente, Dilma cai em desgraças, e logo o PT começou a dizer que Temer era a pior das pessoas, um golpista. Quem era bom ficou ruim. Mas o PT esqueceu que Temer foi eleito na chapa, portanto, com os votos do PT. Hoje eles dizem que Temer é um presidente sem votos.

A grande maioria dos analistas políticos, afirmam, no entanto que Temer, (vice que virou presidente), é infinitamente melhor que Dilma. É mais articulado, mais flexível, mais competente e está, ainda que bombardeado de críticas, conseguindo equilibrar a economia.

O que passou, passou. O importante é a próxima eleição. É aí que a sociedade tem que prestar atenção para que o voto seja destinado a uma chapa e não apenas ao candidato a presidente. São vários os detalhes que podem e devem ser observados na formação da chapa. Todavia, o desalento, quase atingindo estado de melancolia, afeta a sociedade. Hoje, pesquisas dão conta de que mais de 70% da população não quer nem ouvir falar em políticos. Fica difícil fechar essa equação, adoramos o “Estado” e odiamos os políticos.

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