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Adolescente diz que 'do nada teve a ideia' de roubar e matar taxista; outro trio é quem levou as rodas do carro

Investigação em MS apontou que o carro foi deixado em um local e depois furtado por um trio de ladrões. Todos já foram identificados e indiciados pelo crime.

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Carro da vítima foi encontrado depenado — Foto: Polícia Civil/Divulgação

O adolescente de 17 anos, apreendido por participar do latrocínio do taxista de 44 anos, em Campo Grande, disse em depoimento que, "do nada teve a ideia de roubar um taxista". Duas mulheres também participaram do crime e, em seguida, eles abandonaram o carro da vítima. Com a investigação, a polícia descobriu que o carro foi deixado em um local e depois furtado por um trio de ladrões.

"Ele já tinha aquela arma e saiu a pé para roubar na companhia de uma mulher, que mora no mesmo endereço dele e a namorada. Como não conseguiram, ele fala que decidiu roubar um taxista ou algum motorista de aplicativo, momento em que a namorada dele pediu a corrida e ficou em casa, enquanto que o adolescente e a outra mulher saíram para cometer o crime", afirmou ao G1 o delegado Pablo Farias, responsável pelas investigações.

Segundo Pablo, logo após o crime, eles pegaram os dois celulares do taxista, pertences, cartões de crédito, uma quantia em dinheiro e executaram a vítima. "Ele fala que mandou a vítima ir para o meio do mato e atirou. Nesse meio tempo, o adolescente entrou em contato com uma pessoa e esta o disse para levar o carro até Sidrolândia, mas, ele desistiu e abandonou o carro", alegou.

O delegado então falou que a versão do adolescente ocorreu na última segunda-feira (27) e "não convenceu a polícia". "Foi aí que nós continuamos com as buscas ontem e descobrimos que, quando o primeiro trio abandonou no carro, com a chave no contato, no bairro Guanandi, outro o furtou e o levou até o bairro Santa Emília, onde ele foi novamente abandonado e eles levaram apenas as cinco rodas. Todos já foram identificados, indiciados e nós também já recuperamos as cinco rodas", explicou.

Ainda conforme Farias, na mesma semana do latrocínio, o adolescente também tinha cometido outros assaltos. "Ele se envolveu em uns 3 ou 4 roubos dias antes de matar o taxista e também havia um mês em que tinha saído da Unei [Unidade Educacional de Internação]. Ele ainda tem passagens na polícia por roubos e porte de arma", falou.

Entenda o caso

A vítima foi encontrada morta na BR-262 no último domingo (26). Já o carro dele estava no bairro Santa Emília, segundo a Polícia Civil. Ele atuava há cerca de 20 anos no ramo e teria sido morto com um tiro na cabeça.

A irmã da vítima registrou o boletim de ocorrência, durante a madrugada, na Delegacia de Pronto Atendimento (Depac) Centro. Ela disse que o taxista estava em casa, prestes a sair para fazer uma corrida, quando achou o chamado suspeito, porém, mesmo assim, seguiria até o Jardim Carioca. A comunicante fala que era por volta das 23h30 (de MS) sendo que, às 00h05 "o aplicativo do táxi foi desligado".

Preocupada, a irmã foi até a delegacia e disse que ele não tinha o hábito de sumir e nem desligar o aparelho celular. Ela então informou as características do irmão e também a roupa que ele estava usando no momento, ressaltando também que a vítima não é usuário de drogas.

Ao constatar que o aparelho havia sido desligado, a polícia traçou um ponto de partida e rapidamente encontrou o carro do taxista, além de analisar imagens de câmeras e refazer o trajeto feito pela vítima e os suspeitos.

"O veículo não tinha sinais de poeira, de sujeira, então, acreditamos que o carro não foi levado para estrada de chão. A linha de investigação é de latrocínio e agora vamos prender os envolvidos e, somente a partir disso, entender ao certo como a vítima foi morta e o corpo foi parar ali na rodovia", explicou na ocasião a investigadora Maria Campos.

O presidente em exercício do Sindicato dos Taxistas de Mato de Grosso do Sul (Sintáxi-MS), Fernando Yonaka, disse que a vítima era experiente no ramo. "Ele era um pai de família, trabalhador e se realmente o roubaram para levar 5 rodas de um carro, é algo perturbador. A família já tentou entrar em contato para pedir informações de quem pediu e nem isso conseguiu até agora com o aplicativo. Precisamos de respaldo. Estou, até agora, sinceramente, bem transtornado com esta situação. Foi uma crueldade sem tamanho", finalizou.

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