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Advogado que matou PM no trânsito escreve carta e pede perdão: 'Não sai de casa com essa intenção'

Defesa elabora pedido de revogação da prisão. Polícia Civil diz que ouviu nova testemunha e aguarda resultado de laudos periciais para concluir o inquérito em MS.

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Divulgação

O advogado Helder da Cunha Rodrigues, preso por envolvimento no acidente que matou um policial militar, de 25 anos, na última segunda-feira (19), escreveu uma carta em que pede perdão aos familiares, amigos e "toda a sociedade". Ele continua na sala de Estado-Maior, destinada à advogados, no presídio militar de Campo Grande.

"Estou na defesa do também advogado que, infelizmente, se envolveu em um acidente no dia 19 de outubro deste ano. Fui pessoalmente buscar uma carta ontem, a qual ele escreveu de quarta para quinta e tem o objetivo de demonstrar os sinceros sentimentos e condolências que Helder tem com os amigos, família da vítima e com toda a sociedade campo-grandense", afirmou o advogado Pedro Paulo Sperg .

Segundo a defesa, a carta foi escrita em um papel de caderno e está demonstrando "toda a sinceridade" ao falar do acidente, além de demonstrar a todos "um pouco da vida do profissional Helder. "Ele sempre pautou toda a sua vida em ética, luta e busca no dia a dia do seu sustento e dos seus familiares", diz Sperg .

Com relação ao processo, a defesa diz que elabora o pedido para que o cliente responda ao processo em liberdade. "O mérito dos autos, do processo, quem estava certo, quem estava errado e como foi o acidente será discutido durante a instrução processual, em momento oportuno. A carta não tem a intenção nenhuma de atribuir culpa a um a outro ou a si mesmo", comentou o advogado.

Polícia aguarda laudos

Nessa quinta-feira (22) a Polícia Civil ouviu uma testemunha que chegou logo após a colisão. "Ele disse que estava a caminho do trabalho, viu o PM ainda agonizando e o amigo dele, que chegou no local muito nervoso. A testemunha disse ainda que tentaram socorrê-lo, mas, o carro do advogado não ligou e, logo em seguida, foi embora", afirmou ao G1 a delegada Christiane Grossi, responsável pelas investigações.

Conforme a delegada, a investigação aguarda o resultado do exame necroscópico, além de outros laudos periciais. "Nós devemos concluir o inquérito até a próxima quarta por conta do prazo e, em seguida, complementamos com outros laudos.

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Colisão entre os dois veículos foi em ponto de cruzamento com semáforo — Foto: Luana Rodrigues/TV Morena

Entenda o caso

O policial militar morreu em colisão entre a motocicleta que pilotava e um carro, no início da manhã da última segunda-feira (19), em Campo Grande. O condutor do carro, de 37 anos, foi preso em flagrante.

Os dois veículos bateram na avenida Ministro João Arinos, por onde seguia o carro. A moto trafegava pela rua Centáurea. No cruzamento das duas vias há um semáforo e não se sabe quem teria passado pelo sinal vermelho.

O condutor do carro tentou fugir do local, mas foi encontrado poucos metros depois. Ele fez o teste de alcoolemia, o qual apontou 0,79 miligramas de álcool por litro de ar expelido dos pulmões, sendo constatada embriaguez. Além disso, ele não tem habilitação e estaria com garrafa aberta de bebida alcoólica no carro.

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