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Delegado afastado de caso de estupro no Rio é dispensado do cargo, diz jornal

Afastado das investigações, o delegado falou sobre o caso em um grupo de policiais no WhatsApp, desqualificando a adolescente

(Foto: Agência Brasil)

O delegado Alessandro Thiers, afastado das investigações sobre o estupro coletivo de uma adolescente no Rio de Janeiro, foi dispensado na terça-feira (7) da titularidade da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI). Segundo o Extra, a exoneração foi publicada em um boletim interno da Polícia Civil. O delegado não quis comentar o caso.

O delegado Ronaldo Oliveira, do Departamento Geral de Polícia Especializada, afirmou que Thiers entregou o cargo. Mas o jornal diz que fontes explicam que a saída de Thiers acontece por conta da evolução da investigação do caso de estupro coletivo.

O caso foi assumido pela delegada Cristiana Bento, da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), que concluiu que houve estupro. Dois suspeitos estão presos e cinco foragidos. Depois de Thiers ser afastado do caso, a polícia afirmou que iria investigar se ele teve "falta de habilidade na questão do trato com a vítima".

O Ministério Público do Rio também pediu um inquérito sobre a conduta do delegado no caso. A adolescente afirmou em entrevista ao "Fantástico" que se sentiu discriminada pelo delegado.

"O próprio delegado me culpou. Quando eu fui à delegacia eu não me senti à vontade em nenhum momento. Eu acho que é por isso que muitas mulheres não fazem denúncias. Tentaram me incriminar, como se eu tivesse culpa por ser estuprada".

Além disso, segundo o Extra, o delegado estava acompanhado da namorada quando colheu depoimento da menor. Ainda não há definição de em que unidade Thiers vai trabalhar a partir de agora.

Conversas pelo WhatsAppAfastado das investigações, o delegado falou sobre o caso em um grupo de policiais no WhatsApp, desqualificando a adolescente. "Alguns esclarecimentos sobre os fatos", inicia ele, que afirma que "termo de declaração da adolescente foi filmado".

Ele comenta a entrevista da jovem à Globo: "No Fantástico, era outra pessoa. Sabe que temos fortes indícios de que não existiu estupro". 

"Ela teve relação consentida com uma pessoa e não usou drogas ou álcool nesse dia, conforme ela e as pessoas que estavam com ela declararam. O relato de abuso que ela fala no Fantástico, ela relata que foi há tempos atrás e inclusive que os autores não foram mortos pelo chefe do tráfico local por pedido da adolescente. O único crime seria a divulgação do vídeo", diz Thiers.

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