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Executado na fronteira esteve envolvido em denúncia de corrupção de policiais

(Foto: Porã News)

O piloto Jaime Gustavo Nystron, de 36 anos, executado a tiros na noite desta segunda-feira (8) em Ponta Porã, foi denunciado pelo Ministério Público Estadual em 2013 por pagar propina a dois policiais civis do estado do Mato Grosso para evitar a investigação de um crime de trânsito. O caso aconteceu em 2011, quando o empresário atropelou dois motociclistas em Cuiabá.

O atropelamento aconteceu em outubro de 2011, no local acontecido como Ponte Nova. Parte da pista estava interditada para manutenção quando Jaime, em alta velocidade, teria tentado fazer uma ultrapassagem. Por conta da obra, ele não conseguiu fazer a manobra e na hora de retornar para o sentido que vinha atropelou os motociclistas.

Toda a cena foi gravada por uma emissora de TV local e testemunhas relataram para a polícia que Jaime estava visivelmente embriagado. O piloto então foi levado para a delegacia por investigadores da polícia civil e aí começou o caso de corrupção policial.

Segundo o Ministério Público Estadual, em vez de ser levado para Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) do Planalto, o piloto foi para a unidade do Verdão. Lá em vez de realizarem o teste de alcoolemia, os dois investigadores teriam recebido dinheiro para não registrar o caso e liberar Jaime.

O crime só foi descoberto no dia seguinte, quando familiares das vítimas do acidente procuraram a polícia para saber quais providências seriam tomadas e foram informados que não havia boletim de ocorrência registrado sobre o atropelamento.

Os familiares denunciaram a situação à imprensa e dois dias depois do acidente os policiais que atenderam o caso registraram a ocorrência, ainda assim omitindo várias informações importantes para a investigação. Em 2013, os dois policiais, identificados como Alteny Lúcio Botelho e Sebastião Celso de Figueiredo, foram denunciados pelo MPE por corrupção passiva e falsidade ideológica.

Jaime, que é proprietário de uma empresa de aviação agrícola, também foi denunciado por corrupção ativa, lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, condução de veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência do álcool e por trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de danos.

O caso

Jaime Gustavo Nystron, de 36 anos, foi executado com aproximadamente 38 tiros na Rua Aeroporto Guararapes do bairro Jardim aeroporto de Ponta Porã, cidade a 338 quilômetros de Campo Grande.

Ele retornava de sua empresa “Agricenter Aviação Agrícola” localizada na BR 463 e chegava em casa no veículo VW Gol com placa de Cuiabá quando foi abordado por dois pistoleiros que estavam em uma motocicleta. Os disparos foram feitos com uma pistola 9 mm com carregador adaptado. Jaime morreu no local.

Em 2014, Jaime foi um dos pilotos do então candidato a governador Lúdio Cabral (PT). 

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