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Justiça determina exumação de adolescente morto em lanchonete para novos exames

Advogados dizem que polícia não permitiu presença de peritos contratos pela família

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Arquivo Pessoal

A Juíza Flavia Castellar Oliverio, da 2ª Vara do Júri de Santana, determinou a exumação do menino João Victor Souza de Carvalho, 13 anos, para a realização de novos exames, até o dia 20 de abril. O garoto morreu em 26 de fevereiro, em frente à unidade do Habib’s da Vila Nova Cachoeirinha, zona norte de São Paulo. Os laudos periciais apontaram que a causa da morte foi uso de drogas.

A família contesta o laudo e acredita que o menino morreu depois de ter apanhado de dois funcionários do Habib’s. A versão da família se baseia em imagens de câmera de segurança que mostram o adolescente sendo perseguido e arrastado pelos funcionários do fast-food e em depoimentos de duas testemunhas que afirmam que viram o gerente e o supervisor da lanchonete agredindo João Victor.

O pedido de exumação foi feito pela equipe da Polícia Civil do 28º DP (Freguesia do Ó), depois que recebeu uma série de questionamentos dos peritos Levi Inimá de Miranda e Eduardo Llanos, contratados pela família do adolescente, acerca de possíveis erros no laudo que apontou a causa da morte do menino.

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Embora desejo de realização de novos exames tenha partido da defesa de João Victor, de acordo com a assessoria do escritório FC Advogados, que presta assistência à família do garoto, “a polícia não quer fazer a exumação com a presença dos peritos contratados pela defesa”.

Segundo o escritório, se os novos exames forem feitos sem o acompanhamento de peritos contratados pela família do adolescente, “muito provavelmente teremos um laudo igual ao primeiro, não por ser correto, mas pela polícia estar impedindo que um trabalho sério seja feito”.

Procurada pelo R7, a assessoria de imprensa da SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) disse que “a exumação e os exames solicitados devem ser realizados por peritos oficiais”. A pasta ainda afirmou que “somente a Justiça pode autorizar a presença de perito não oficial durante a realização desses exames”, e que “caso a família deseje o acompanhamento de um perito particular, o pedido deve ser encaminhado diretamente à Justiça”.

O escritório disse que fez o pedido na tarde desta quarta-feira (22), para a própria juíza que expediu a autorização, para que um perito da família acompanhasse a exumação. No entanto, a assessoria dos advogados afirmou que o acompanhamento poderia ser feito “se o delegado autorizasse”.

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