Buscar

Lava Jato condena segundo político: ex-deputado Pedro Corrêa

Ex-deputado federal foi condenado a 20 anos e sete meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro

O Juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, condenou na tarde desta quinta-feira (29), o ex-deputado federal Pedro Corrêa a 20 anos e sete meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Ex-líder do PP na Câmara dos Deputados durante parte do governo Lula, Corrêa foi apontado como um dos parlamentares que recebeu propina no esquema de corrupção da Petrobras. Segundo denúncia do Ministério Público Federal, o ex-deputado é responsável pelo desvio de R$ 11,7 milhões da estatal.

Corrêa, que está preso em Curitiba, foi denunciado na 11ª fase da Operação Lava Jato, que teve como alvo, ainda, o núcleo comandado pelo ex-deputado André Vargas (o primeiro político condenado pela Justiça Federal neste caso) e o também ex-deputado Luiz Argôlo (cuja ação penal ainda não foi julgada). No total, foram identificados 72 repasses de propina ao ex-parlamentar. Condenado também no escândalo do mensalão, Corrêa teria recebido propina, inclusive, quando já era réu no STF, afirma Moro na sentença.

Além do ex-deputado, foram condenados também seu assessor, Ivan Vernon Gomes Torres Júnior, a cinco anos de prisão por lavagem de dinheiro, e o delator Rafael Ângulo Lopez, que trabalhou para o doleiro Alberto Youssef e fez entregas de dinheiro para políticos do PP e funcionários da Petrobras, a seis anos e oito meses de prisão.

Além do recebimento direto de propina, Corrêa foi apontado pelo delator Rafael Ângulo Lopes como um dos deputados responsáveis pelo recebimento da propina enviada por Alberto Youssef e o posterior repasse aos demais deputados do PP que participavam do esquema. De acordo com o MF, entre 2007 e 2013 passaram, pelas mãos do ex-deputado, R$ 40,7 milhões em propinas.

Na mesma sentença, Moro absolve o filho de Pedro Corrêa, Fábio Corrêa de Oliveira Andrade Neto, e a nora, Márcia Danzi Russo Correa de Oliveira, por falta de prova suficiente de que agiram com dolo no caso.

A filha de Pedro Corrêa, a ex-deputada Aline Côrrea, é alvo de outra ação penal, ainda não julgada pela Justiça Federal. Na sentença desta quinta-feira, no entanto, Moro enfatiza que parte da propina paga a Pedro Corrêa teria ocorrido através de doações eleitorais para Aline, com base no depoimento de Alberto Youssef. “Muitas vezes eu mandava valores em Recife, através do Rafael Ângulo, o próprio Adarico. Muitas vezes ele deixava contas para que eu fizesse depósitos. E algumas, alguns dos pagamentos foram feitos em doações oficiais, feitas para a campanha da filha Aline Corrêa e do genro Roberto Teixeira”, destaca a sentença.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.