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Mãe que matou bebê e guardou corpo não tem doença mental, diz laudo

Segundo documento, ela era capaz de entender 'o caráter ilícito do fato'. Professora confessou que escondeu filha morta por 5 anos em escaninho.

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Reprodução/TV Anhanguera

Laudo pericial emitido pela Junta Médica do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) concluiu que a professora Márcia Zacarelli Bersaneti, de 37 anos, agiu de forma consciente ao matar e guardar o corpo da filha recém-nascida por 5 anos, em Goiânia. A criança ficou todo esse período dentro de uma caixa no escaninho do prédio onde morava. O documento atestou que a acusada não possui qualquer tipo de "doença mental, nem desenvolvimento mental retardado ou incompleto", sendo capaz de entender "o caráter ilícito do fato".

O advogado de Márcia, Alex Paulino de Oliveira, disse ao G1 que ainda não tomou conhecimento do laudo e que somente quando analisá-lo vai tomar as medidas cabíveis.

O pedido da perícia foi feito via ofício pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, responsável pelo processo na 1ª Vara Criminal da capital. O documento é assinado por dois médicos peritos. Eles destacam que Márcia não possui nenhuma patologia psiquiátrica e que, ao cometer o crime, tinha "plena determinação" conforme sua situação clínica, ou seja, sem nenhum tipo de distúrbio ou transtorno.

Os profissionais também afastaram qualquer possibilidade de Márcia ter sido motivada pela ocorrência de Psicose Puerperal, conhecida como Psicose Pós-Parto. Nesta condição, a mãe pode sofrer de alterações hormonais elevadas, levando-a, dependendo da situação, a fazer mal a si própria e ao bebê.

Crime

A professora foi presa no dia 9 de agosto, quando o ex-marido dela encontrou o corpo do bebê no escaninho do prédio em que a mulher morava, em Goiânia. Após ser detida, a mulher confessou que matou e escondeu o cadáver no local.

Ela deu à luz uma menina no dia 15 de março de 2011. Segundo as investigações, ela ligou para um amigo que a levou para o hospital quando começou a sentir contrações. Esse amigo ainda deu R$ 3 mil para que a professora fizesse o parto cesárea.

A criança nasceu saudável e, um dia após o parto, realizado em uma maternidade particular da capital, a professora recebeu alta. Consta na denúncia que a investigada “matou uma criança recém-nascida mediante asfixia, tampando o seu nariz. Em seguida, colocou o cadáver dentro de uma bolsa e o levou para o apartamento onde morava, onde o envolveu com pano e saco plástico, depois acondicionou em uma caixa de papelão e o escondeu no escaninho de seu apartamento”.

Márcia passou por uma audiência de instrução em 26 de setembro, quando disse que não se lembrava de como cometeu o crime. Ela foi solta da cadeia no último dia 5 de outubro, após decisão do juiz Eduardo Pio Mascarenhas. Desde então, ela aguarda a tramitação do processo em liberdade.

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