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Namorado desmente à polícia que sogra tenha obrigado adolescente a abortar

Ele a acusou de obrigar a menina a tomar medicamentos

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 Luiz Alberto

Até as 22 horas de quarta-feira (15), testemunhas e familiares da adolescente de 17 anos, que sofreu um aborto aos seis meses de gravidez, permaneceram na delegacia prestando depoimentos. Antes afirmando que a namorada foi obrigada pela mãe a abortar, o rapaz de 26 anos desmentiu os fatos ao ser colocado na frente da menina em um confronto de depoimentos.

O caso teria acontecido na terça-feira (14) e, para a Polícia Civil, a adolescente reafirmou que passou dois dias sem se alimentar e tomando chá de ‘buchina-do-norte’, conhecido como um abortivo caseiro. Ela teve contrações e chegou a passar mal, até que sofreu o aborto. O feto foi enterrado no quintal de casa, ao lado de uma flor e um terço.

A delegada Aline Sinotti, titular da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude) disse que não houve provas suficientes para que alguém fosse indiciado. A princípio, a mãe da adolescente era suspeita de ter comprado um medicamento no Paraguai para que a menina abortasse, mas na casa, a polícia encontrou apenas o chá que a adolescente teria usado.

A respeito do áudio divulgado, em que a mãe diz que fará a menina abortar, a adolescente explicou que faz um tratamento para acne com isotretinoína, o popular Roacutan. O medicamento não pode ser utilizado por grávidas e, para isso, o paciente deve fazer exames regularmente. A conversa entre mãe e filha teria ocorrido meses atrás, antes de engravidar, quando a adolescente iria começar o tratamento.

Segundo relato da jovem à delegada, ela perguntou o que a mãe faria se estivesse grávida e a mãe acabou dizendo que a faria tomar um medicamento abortivo. O namorado da adolescente afirmou mais de uma vez à polícia que a mãe da adolescente a teria obrigado a abortar, no entanto, quando foi colocado na frente da namorada acabou negando as acusações. Sem as provas, ninguém foi preso.

Ainda de acordo com a delegada, se as investigações levarem até a autoria do crime por parte da mãe da adolescente e também da participação de um enfermeiro, conforme dito pelo namorado da menina anteriormente, então o caso passará a ser investigado pela delegacia de área e não será mais de competência da Deaij.

Segundo a autoridade, tudo leva a crer que a adolescente sentiu que a gravidez ‘atrapalharia’ seu futuro, já que ela estaria prestes a ingressar em uma universidade. Além disso, a jovem afirmou ter medo de que a filha nascesse com alguma deformidade, uma vez que a gravidez aconteceu durante o tratamento para acne com medicamento prejudicial à saúde do feto.

A adolescente passou por exame de corpo de delito e laudos podem indicar a maneira como aconteceu o aborto. Ela também foi levada ao hospital para passar pelos procedimentos médicos que o caso requer. A Polícia trata o fato até o momento como autoaborto.

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