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Polícia pede transferência de chefe que gravava vídeos na cadeia para 'ensinar e recrutar' para o crime

Delegado de MS diz que intenção é que homem vá para o Presídio Federal e, desta maneira, sejam encerradas as atividades ilícitas cometidas por ele.

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Divulgação

A Polícia Civil, além do indiciamento, está pedindo a transferência do líder de um grupo suspeito de furto a agências bancárias, tentativas e também invasão a agências dos Correios, em Mato Grosso do Sul. Ao G1 o delegado João Paulo Sartori, responsável pelas investigações, disse que a intenção é cessar as atividades ilícitas, já que o homem estava, de dentro da cadeia, planejando crimes e ainda gravando vídeos para ensinar e até recrutar mais pessoas para o crime.

"Ele já possui mais de 20 anos de condenação por crimes de furto e roubo. Neste grupo, o Cléber [Cleber Nunes Pires, de 39 anos] era o que chamamos de célula intelectual, sendo a pessoa quem orquestrava crimes e recrutar mais pessoas para atuar nesta modalidade. Eu pretendo encerrar o inquérito nos próximos dias e, na finalização, estará também o pedido de transferência dele para o presídio federal", afirmou o delegado.

A investigação, que já identificou ao menos 10 envolvidos, sendo 8 presos, teve acesso a diversas imagens e vídeos do grupo criminoso. São fotos dos equipamentos comprados, dinheiro em agências que eles conseguiram realizar o furto, armas furtadas dos seguranças, coletes balísticos, entre outras imagens. No caso dos vídeos, o líder do grupo, ainda de acordo com a polícia, mostra como os bandidos "devem se arrastar ao invadir uma agência bancária".

As imagens teriam sido gravadas no Estabelecimento Penal Jair Ferreira De Carvalho, em Campo Grande. Em outro, eles filmam o momento de abertura de um cofre.

"Eles estavam fazendo da cela um verdadeiro home office para o crime. O grupo também tinha tarefas muito bem distribuídas, apontando quem iria ingressar nas agências, efetuar os cortes nos cofres e fazer a subtração dos numerários. Entre as fotos, encontramos até uma espécie de proteção que eles criaram para abafar sinais sonoros nos alvos do grupo. As mulheres também atuavam comprando os equipamentos e temos ainda mais dois foragidos que estão sendo procurados", explicou Sartori.

Entenda o caso

A polícia deflagrou operação na madrugada de terça-feira (20) e prendeu 8 suspeitos, sendo 5 homens e 3 mulheres. Os envolvidos estão na Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras) e devem responder por associação criminosa e furto qualificado. Segundo a polícia, o grupo é investigado desde 2017.

Entre os casos estão assaltos a agências bancárias em Campo Grande, onde ocorreu também tentativas sem sucesso, além de crimes da mesma modalidade em Bandeirantes, Sidrolândia, Bataguassu e mais alguns casos a serem apurados. Na capital sul-mato-grossense, o último caso ocorreu a uma agência no bairro Moreninhas, quando os bandidos levaram cerca de R$ 150 mil, ainda de acordo com a polícia.

Foram presos: Cleber Nunes Pires, de 39 anos, que possui condenações por furto, roubo e ele ainda possui mais 20 anos de pena a cumprir. Melrison da Silva, de 31 anos, é interno da Máxima e a pessoa quem orquestrava os crimes, segundo a polícia. Wellington Felipe Santos Silva, de 21 anos, é um dos presos envolvido em uma mega-assalto e que foi expulso do Paraguai. Os outros são Tiago Rodrigues da Silva, de 35 anos, Yawith Oliveira Farias, de 20 anos, que também é suspeito de roubo à veículos.

Além disso, a investigação também aponta a participação de 3 mulheres no crime: Janaina Andrade de Souza, de 29 anos, Jhecylli dos Santos, de 20 anos e Renata Alchanjo Rodrigues, de 36 anos. "Elas compravam materiais para o grupo, desligavam a energia elétrica nas agências e ainda guardavam as ferramentas para os suspeitos", explicou ao G1 o delegado Sartori.

Dois homens foram identificados pela polícia e permanecem foragidos: Caique Carlos Neves Braga e Gilbert Costa Nascimento. "Eu quem fui responsável por estas ações, fazia na cadeia mesmo", confessou Cleber. Renata também alega que "apenas guardou as ferramentas" e não possui outra participação nos crimes. "Eles apenas me pediram pra guardar, eu não sabia o que iam fazer", disse.

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