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Policiais ‘de fora’ vêm a MS combater lavagem de dinheiro do narcotráfico para o CV

Facção movimentou R$ 147 milhões no período investigado e 22 mandados são cumpridos em três estados, além de Mato Grosso do Sul

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Mandados são cumpridos em Ponta Porã (Foto: Paraná Portal)

Para desarticular uma quadrilha com envolvimento em lavagem de dinheiro vindo do tráfico de drogas pela facção criminosa CV (Comando Vermelho), no Rio de Janeiro, a Polícia Civil deflagrou uma operação que cumpre mandados em quatro estados brasileiros, entre eles Mato Grosso do Sul, nesta quinta-feira (11).

Ao todo são 22 mandados cumpridos em Mato Grosso do Sul, na cidade de Ponta Porã, no Rio de Janeiro, São Paulo e no Paraná. A operação foi batizada de ‘Shark Attack II’, em menção a ataque de tubarão. As investigações descobriram uma movimentação de mais de R$ 147 milhões nos últimos anos. O esquema usava empresas fantasmas de vários estados para regularizar o dinheiro da venda de drogas no Morro do Borel, na Tijuca e na Zona Norte do Rio.

O esquema levantou suspeita porque os sócios apresentavam padrão de vida incompatível com a movimentação financeira, segundo informações do Extra. Eles moravam, em sua maioria, em locais de baixa renda, onde eram sediadas as empresas.

A polícia descobriu que uma companhia recebeu 38 depósitos em espécie com valores entre R$ 50 mil e R$ 85 mil entre 1º de outubro de 2018 e 19 de março de 2019. Ao todo, apenas essa firma recebeu mais de R$ 2 milhões. Uma outra empresa teria recebido mais de R$ 3,5 milhões do grupo criminoso.

Os depósitos eram sempre feitos com notas de pequeno valor, mofadas, malcheirosas e úmidas, além de serem feitos em agências próximas às comunidades ou em localidades de rota de tráfico. Os investigadores pediram o bloqueio dos bens da quadrilha.

A investigação começou após dois homens fazerem um depósito bancário em dinheiro cujas notas tinham cheiro de maconha impregnado. Chamou a atenção das autoridades a tentativa da quadrilha de depositar R$ 99,6 mil em notas de pequeno valor em um caixa eletrônico de uma agência bancária na Tijuca no dia 28 de janeiro de 2019. Por conta disso, a Polícia Militar foi chamada pela gerência do banco, os dois homens levados para a delegacia, onde prestaram depoimento, e foram liberados. A partir daí a polícia começou a fazer o rastreio da origem do dinheiro.

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