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“Quase me matou e quase matou meu filho”, disse amigo de empresário morto por PRF

Balconista afirmou que policial é despreparado e não se identificou

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Bruno Henrique

Balconista de 48 anos, que estava na caminhonete Hilux conduzida pelo empresário Adriano Correia Nascimento, 32 anos, morto pelo policial rodoviário federal, Ricardo Hyun Su Moon, 47 anos, na manhã do dia 31 de dezembro do ano passado, disse à polícia que o autor quase o matou e quase matou seu filho, adolescente que completou 17 anos no dia do crime. Garoto foi baleado nas pernas, enquanto o pai quebrou o braço.

Adriano, morto com quatro tiros desferidos pelo policial rodoviário, era dono do Madalena Sushi Bar e Sushi Express e, ao todo, empregava mais de 40 funcionários.

A vítima relatou que ele, o amigo Adriano e o filho de 17 anos comemoravam o aniversário do adolescente em uma boate quando revolveram ir embora, por volta das 5h30 do dia 31. Empresário conduzia caminhonete Hilux pela Rua Pimenta Bueno e, no cruzamento com a Avenida Ernesto Geisel, no centro de Campo Grande, quando esperou um carro passar para entrar na avenida.

Ao fazer a manobra de conversão, o empresário acabou fechando o carro que o policial conduzia pela via em alta velocidade. A testemunha alega que Adriano não viu o veículo do PRF, modelo Pajero, e por isso adentrou a avenida.

“Aí esse cara do carro foi buzinando e quando chegamos no semáforo da Ernesto Geisel com a Rua 26 de Agosto, esse cara parou com o carro dele na nossa frente, trancando a nossa passagem e já saiu com a arma na mão”, disse a vítima em depoimento à polícia.

Ainda de acordo com o balconista, as vítimas tentaram resolver a situação de maneira amigável.

“Aí eu disse pra ele: 'Amigo não precisa disso'. Então o Adriano que estava dirigindo a caminhonete disse assim pra ele: 'Oh, se eu fechei você, me desculpa'. Foi então que esse cara disse assim: 'Cala a boca, eu vou chamar a viatura'. Então o Adriano respondeu: 'Tudo bem, mas não precisa ficar apontando a arma pra mim'”, relatou.

Balconista disse que em seguida desceu do carro e foi em direção ao autor do crime, mas ele gritava, ordenando para o homem não descer do veículo. Foi então que a vítima disse que tudo bem, pediu calma e disse que ninguém tinha arma no carro.

“Foi então que eu falei pra ele: 'Se você é policial, cadê a sua identificação?'. Ele respondeu: 'Você vai ver minha identificação'. Novamente eu disse: 'Então me mostra, se você mostrar pra nós a sua identificação nós vamos ficar aqui'.Aí ele disse assim: 'Não, você vai ver a minha identificação', garantiu a vítima.

Testemunha relatou que Adriano pediu que o amigo entrasse no carro, o que foi atendido pela vítima.

“Adriano distorceu o carro pela esquerda para desviar do carro que estava na frente, mas o cara veio e entrou na frente do nosso carro. Então ele fez uma manobra para desviar do carro e do policial e o que o policial fez? Ele entrou na frente do nosso carro. Aí o Adriano foi meio que acelerando o carro para sair dalí, mas foi nessa hora que o cara atirou, meu amigo acelerou o carro e bateu no poste”.

Diante da situação, o balconista pulou do carro e quebrou um dos braços. Já seu filho, o garoto de 17 anos, foi baleado nas pernas. “Quase matou também meu filho. O cara é totalmente despreparado. Depois ele ainda foi lá onde nós paramos e eu disse pra ele: 'Cara você não precisava ter feito isso. Você é louco? Psicopata? Você não precisava ter matado meu amigo, você não precisava ter atirado na gente'”.

Ainda conforme a vítima, o policial não estava uniformizado porque vestia calça cor caqui, mas estava de camiseta clara, listrada. Já a arma, estava na parte de trás da cintura.

“Matou meu amigo por nada, só porque ele teria dado aquela fechada sem querer. Nós pedimos desculpa. Ele não mostrou que era policial, só disse uma vez com arma na mão apontando pra gente”, relatou o balconista.

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