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Técnico de laboratório é preso por suspeita de envolvimento em aborto clandestino

Amiga da vítima também é apontada como suspeita pela polícia

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Divulgação

Com pedido de prisão decretado, Dinilson Rodrigues Nunes, técnico em laboratório que trabalha no Hospital de Porto Murtinho, onde morreu Aline dos Reis Franco, de 26 anos, no início do mês passado, decorrente de aborto malsucedido, se apresentou hoje à tarde ao delegado Rodrigo Nunes Zanata, responsável pelo caso.

O delegado disse ainda que a amiga de Aline, que a acompanhou ao hospital para fazer o procedimento, Simone Mareco, tem participação no crime, sem detalhar.

Ao Portal Correio do Estado, a mãe de Aline, Helemary Fátima dos Reis, de 52 anos, disse que Simone arcou com as despesas de traslado e sepultamento da colega. “Me falaram que assim que ficar pronto, [o laudo] no dia 10, será encaminhado para Porto Murtinho e eu serei ouvida por carta precatória”, afirmou.

“Minha esperança é de que, quando pegarem esse técnico [a entrevista foi dada antes da prisão do suspeito], que ele fale mais coisas. Se for aborto mesmo, eu sei que nada vai trazer minha filha de volta, e também não isento a culpa dela, não é porque sou mãe e porque é minha filha, pois ninguém deixa de ser bom ou ruim porque morreu, ela teve a parte da culpa dela, que foi não ter nos comunicado”, desabafou a mãe.

Porém, diante do envolvimento da amiga, a mãe é categórica ao afirmar que Simone poderia ter evitado a tragédia. “A amiga facilitou a passagem dela por esse caminho que ela foi. Quero justiça. Minha filha pagou o erro dela com a vida, mas a amiga terá que pagar também”, enfatizou.

Ainda sem muitas respostas para fatos que elucidem a morte da filha, Helemary alega que até o momento o aparelho celular de Aline não foi encontrado. Outro fato que chamou a atenção da mãe da vítima é a conta bancária da filha.

“Ela tinha dinheiro no banco e hoje só tem R$ 0,36. Pouco antes de tudo acontecer ela tinha feito acerto no antigo trabalho e havia recebido R$ 1.800. Onde foi parar esse dinheiro?”, questiona a mãe.

Para Helemary, a amiga mentiu diante de uma grave situação. “No hospital de Porto Murtinho, quando deu entrada, ela se apresentou como irmã para conseguir internar minha filha. Quando você tem um amigo que corre risco de vida não adianta mentir, o primeiro passo é salvar vida da pessoa, esse tinha que ter sido o papel dela”, pontuou.

Questionada se teve contato com Simone, Helemary disse que preferiu não procurá-la. “Não me prontifiquei em ligar, não quero contato, meu contato é via judicial”, alegou

O CASO

No dia 8 de dezembro do ano passado, o velório de Aline, que morava na Capital, foi interrompido por policiais e o corpo encaminhado para exame com objetivo de atestar a causa da morte. Há a suspeita de que a jovem tenha morrido em decorrência de aborto clandestino e que quadrilha articulou esquema para forjar o verdadeiro diagnóstico.

Helemary, que mora em Água Clara, não sabia da gestação de dois meses da filha e ficou sabendo do episódio por amiga. No dia 5 de dezembro, em viagem a Porto Murtinho, Aline disse para a mãe que levaria algumas roupas para parentes. No dia seguinte passou mal e morreu.

Então Simone ligou para Helemary avisando que Aline tinha tido convulsão e estava internada em Jardim. A mãe ainda conta que essa amiga de Aline articulou laudo com suposta causa da morte, funerária que fez o translado do corpo à Capital e até o sepultamento. “Se for comprovado que minha filha foi assassinada, quero Justiça. Não vou desistir. Ela tinha uma menina de 11 anos e menino de seis anos, que ficaram órfãos”, desabafou a mãe.  

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