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Bolsonaro resiste a demitir Milton Ribeiro, e aliados temem efeitos na eleição

Apesar de admitir que é grave a crise no MEC, o entorno do Bolsonaro avalia que dificilmente Ribeiro deixará o comando da pasta

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Banco de imagens Correio do Estado.

Na transmissão semanal desta semana, na quinta-feira (24), o chefe do Executivo disse que é "covardia" o que estão fazendo com o ministro.

"O Milton, coisa rara de eu falar aqui: eu boto minha cara toda no fogo pelo Milton. Estão fazendo uma covardia contra ele", disse, durante sua live.

Esta foi a primeira vez que Bolsonaro se manifestou sobre o tema.

Em entrevistas na quarta-feira, Ribeiro disse que conversou com o mandatário logo depois que a o jornal Folha de S.Paulo revelou gravação em que o ministro diz priorizar pedidos dos pastores Arilton Moura e Gilmar dos Santos, por solicitação do presidente.

Segundo o ministro, Bolsonaro teria dito não ter visto nada demais na gravação.

Outro ponto levantado por auxiliares é que, se o ministro deixasse a pasta, poderia deflagrar uma guerra na base aliada pelo comando no ministério, em especial com aliados evangélicos.

Defensores da manutenção de Ribeiro dizem ainda que chegar ao quarto ministro da Educação em um mandato seria muito desgastante.

Além disso, as denúncias apresentadas pelo ministro à CGU (Controladoria-Geral da União) deram sobrevida a Ribeiro.

A conclusão das investigações, que terminaram no começo deste mês, dão conta de que não houve envolvimento de agentes públicos em irregularidades, mas sim de terceiros.

Diante das novas revelações desta semana, a CGU disse em nota ter decidido reabrir as apurações. A ordem é para que a controladoria ouça todos os prefeitos que vierem a apresentar denúncias contra os pastores.

Ribeiro disse, na quarta-feira, que acionou a controladoria em agosto do ano passado.

Porém, continuou recebendo os pastores e liberando verbas por eles intermediadas. Segundo ele, orientado pela CGU, para não levantar suspeitas das investigações.

De acordo com registros da agenda oficial, o ministro recebeu em seu gabinete ao menos três prefeitos acompanhados por Arilton -ele atua em conjunto com o pastor Gilmar.

Um desses prefeitos, Gilberto Braga (PSDB), do município de Luís Domingues (MA), disse que houve pedido de 1 kg de ouro como propina por um dos pastores para a liberação de verba. Ele disse não ter aceito a transação. A informação foi divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada pela Folha de S.Paulo.

Depois disso, houve empenho de dinheiro público e desbloqueio de ações que favoreceram esses municípios. No áudio revelado pela Folha, Ribeiro menciona pedidos de apoio que seriam supostamente direcionados para construção de igrejas -o que, posteriormente nas entrevistas, ele nega e fala em apoio simbólico.

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