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Candidato à presidência, Campos se apresentava como nova via da política nacional

O candidato à presidência pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), Eduardo Campos, de 49 anos, morreu na queda de um jato na cidade de Santos, no litoral paulista, na manhã desta quarta-feira.

Campos e Marina formaram uma aliança controversa para as próximas eleições (Foto: )
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Campos estava em terceiro lugar na corrida eleitoral, com cerca de 10% dos votos, segundo as pesquisas mais recentes, atrás da presidente Dilma Rouseff (PT) e do senador Aécio Neves (PSDB).

Sua última aparição pública ocorreu na noite de terça-feira, durante uma entrevista ao vivo no Jornal Nacional, da Rede Globo.

Ainda não há informações sobre a causa do acidente, no qual morreram outras seis pessoas.

Campos era casado com a economista e auditora concursada do Tribunal de Contas do Estado Renata de Andrade Lima Campos, de 47 anos. Eles começaram a namorar ainda na adolescência. Campos deixa cinco filhos.

Trajetória política

Nascido em 10 de agosto de 1965 em Recife, capital de Pernambuco, Eduardo Henrique Accioly Campos era filho do poeta Maximiano Campos (1941-1998) e da atual ministra do Tribunal de Contas da União Ana Arraes.

Neto do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes (1916-2005), Campos era o principal herdeiro político de seu avô.

Campos era economista formado pela Universidade Federal de Pernambuco, onde ingressou aos 16 anos e foi eleito presidente do Diretório Acadêmico de sua faculdade em 1985.

Começou oficialmente na política em 1986 ao trabalhar na campanha de Arraes. Em 1990, filiou-se o PSB, pelo qual foi eleito deputado estadual no mesmo ano.

Aos 25 anos, sofreu sua única derrota eleitoral. Disputou as eleições para a Prefeitura de Recife, vencida pelo então atual prefeito da cidade, Jarbas Vasconcelos.

Em 1994, foi eleito deputado federal com 133 mil votos. Licenciou-se do cargo para integrar o segundo governo de Arraes em Pernambuco, primeiro como secretário de Governo e, depois, como secretário de Fazenda. Em 1998, foi reeleito deputado federal com 173,6 mil votos.

Ocupou o cargo de ministro de Ciência e Tecnologia entre 2004 e 2006, durante o primeiro mandato do governo de Luis Inácio Lula da Silva. Era o mais jovem entre os ministros nomeados na época.

Campos assumiu a presidência do PSB em 2005 e, no ano seguinte, licenciou-se deste cargo para concorrer às eleições para governador de Pernambuco.

Campos foi eleito com 60% dos votos no segundo turno. Em 2010, foi reeleito com 83% dos votos no primeiro turno, o maior índice registrado entre todos os governadores eleitos na ocasião.

Em 2011, Campos foi reeleito presidente do PSB. Seu mandato iria até este ano.

O político estava em campanha para as próximas eleições presidenciais e havia firmado aliança com a política Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, que seria sua vice-presidente.

A pré-candidatura foi lançada oficialmente em abril deste ano e foi considerada controversa por muitos para os quais os partidos de Campos e Marina defendiam interesses conflitantes.

Campos vinha se apresentando como uma nova via da política nacional.

Tantas pessoas que votaram na Dilma se frustraram. Agora, o que o povo quer é alguém que dê solução a isso, disse ontem em sua última entrevista.

Eu e Marina entendemos que para dar solução a isso é fundamental um novo caminho. Porque PSDB e PT governam o país há vinte anos. Se a gente quer chegar a um novo lugar, a gente não pode ir pelos mesmos caminhos.

Ainda não há uma definição sobre o futuro da candidatura capitaneada por Campos. O PSB tem dez dias para apresentar um nome para substituir Campos.

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