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Divisão interna põe em risco o futuro de vários partidos em Mato Grosso do Sul

A divisão interna que tomou conta de diversos partidos políticos após o último pleito deve colocar em risco o desempenho de vários deles na campanha eleitoral do ano que vem em Mato Grosso do Sul.

Além de divergências entre correligionários na cúpula partidária, há problemas paroquiais que atingem os principais partidos em suas bases eleitorais, como PMDB, PT e PDT.

A única exceção entre os gigantes, nesse caso, é o PSDB que detém o poder no Estado desde que o tucano Reinaldo Azambuja assumiu o governo em janeiro deste ano em substituição a André Puccinelli (PMDB).]

Na esteira do descontrole por conta do rompimento de lideranças de peso está o PMDB do ex-governador. As desfiliações do ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, o ex-deputado federal Fábio Trad e a iminente saída do deputado estadual Marquinhos Trad, devem provocar uma debandada sem precedentes nos quadros da legenda no Estado.

Até então expoentes do partido, os integrantes da família Trad devem anunciar nos próximos dias suas filiações em outros grupos políticos, levando com eles centenas de lideranças tanto da Capital quanto em vários municípios do Estado.

Nelsinho articula-se na tentativa de tomar o controle do PTB das mãos de Ivan Louzada por meio de forte pressão na cúpula nacional do partido, enquanto Fábio e Marquinhos devem se abrigar no PSD, agora presidido pelo advogado Antônio Lacerda que substitui desde o dia 1º deste mês o empresário Antonio João Hugo Rodrigues.

A ideia do grupo político é se unir a outros partidos para eleger Marquinhos Trad sucessor do prefeito da Capital, Gilmar Olarte (PP), ano que vem. Campeão de votos nas últimas eleições, o deputado estadual é visto como favorito a conquistar o cargo, embora tenha de enfrentar o PSDB de Reinaldo Azambuja, o PT do senador Delcídio do Amaral e do deputado federal Zeca do PT, além do PMDB de Puccinelli.

O PMDB também perdeu importantes lideranças no interior, como o ex-deputado federal Marçal Filho, que trocou o partido pelo PSDB com a ideia de disputar a Prefeitura de Dourados em 2016.

O PT também sofre com a divisão interna na Capital e nas bases eleitorais por conta de divergências antigas entre o grupo de Delcídio e de Zeca do PT.

Se chances na Capital, o partido tenta se firmar no interior, reelegendo seus prefeitos onde for possível. Em Corumbá, por exemplo, o ex-prefeito Ruiter Cunha trocou o partido pelo PSDB e deve enfrentar o prefeito Paulo Duarte (PT), seu ex-companheiro, nas eleições municipais de 2016.

Problema maior enfrenta o PDT, que corre inclusive o risco de perder três deputados estaduais e 90% de seus vereadores em todo o Estado porque uma ala do partido não aceita a eleição do deputado federal Dagoberto Nogueira para comandar o diretório regional.

A bancada pedetista na Assembleia Legislativa é integrada pelos deputados estaduais George Takimoto, Beto Pereira e Felipe Orro, mas os dois últimos ameaçam se abrigar em outro grupo político.

Por causa disso, os brizolistas rebeldes pressionam o presidente nacional, Carlos Lupi na tentativa de reverter sua posição. Beto Pereira e Felipe Orro não descartam a possibilidade de mudar de legenda aproveitando-se da chamada janela política, pela qual os detentores de mandato podem trocar de partido sem correr o risco de perder o cargo.

Para analistas, essas divisões internas podem acabar beneficiando partidos que estão sem problemas graves, como PSDB e PR, cujos pré-candidatos na Capital são a vice-governadora Rose Modesto e o secretário-executivo do Ministério dos Transportes e ex-deputado federal, Edson Giroto.

O maior problema de Giroto é a sua ligação com Puccinelli, principal adversário do governador Reinaldo Azambuja, que não deve abrir mão de tentar conquistar as cidades consideradas estratégicas como Campo Grande, Dourados, Corumbá e Três Lagoas, até para fortalecer sua campanha à reeleição em 2018.

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