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Lula disse que só sairia de casa algemado, diz delegado da PF

O delegado da Polícia Federal (PF) Luciano Flores, que conduziu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para prestar depoimento a investigadores da Operação Lava Jato, informou ao juiz Sérgio Moro neste domingo (6) que Lula disse que só sairia do apartamento algemado. Ele só aceitou acompanhar os policiais, segundo o delegado, após ser aconselhado pelo advogado. Desta forma, conforme a PF, houve o cumprimento do mandado de condução coercitiva expedido pela Justiça Federal no Paraná.

(Correção: o G1 errou ao informar que, segundo a PF, o mandado de condução coercitiva para Lula não precisou ser cumprido. O mandado foi cumprido. Esta reportagem ficou errada das 19h04 às 19h37, quando foi corrigida.)

Ao expedir os mandados de busca e apreensão da 24ª fase da Lava Jato, Sérgio Moro fez constar que o mandado de condução coercitiva só deveria ser utilizado caso o ex-presidente se recusasse a acompanhar a PF espontaneamente. O juiz ainda afirmou que “em hipótese alguma”, Lula deveria ser algemado ou filmado durante o processo.

De acordo com o delegado, a PF chegou às 6h à casa do ex-presidente, em São Bernardo do Campo (SP). O próprio Lula abriu a porta e, segundo Luciano Flores, autorizou de imediato que os policiais entrassem para cumprir o mandado de busca e apreensão.

Neste momento, segundo o delegado, foi solicitado a Lula que eles deixassem o local o mais breve possível para prestar depoimento antes da chegada da imprensa ou de pessoas que pudessem filmar o ato.

“Naquele momento, foi dito por ele [Lula] que não sairia daquele local, a menos que fosse algemado. Disse ainda que se eu quisesse colher as declarações dele, teria de ser ali”, relatou Luciano Flores.

O delegado afirmou que não seria possível fazer a oitiva ali, por questões de segurança, e que havia um local preparado para o ato, no Aeroporto de Congonhas, na capital paulista.

“Disse ainda que, caso ele se recusasse a nos acompanhar naquele momento para o Aeroporto de Congonhas, eu teria que dar cumprimento ao mandado de condução coercitiva que estava portando, momento em que lhe dei ciência de tal mandado”, explicou Luciano Flores.

O delegado afirmou que, então, Lula entrou em contato telefônico com o advogado Roberto Teixeira, relatando a situação. “Logo depois de ouvir as orientações do referido advogado, o ex-Presidente disse que iria trocar de roupa e que nos acompanharia para prestar as declarações”, relatou.

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