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MDB despreza imposição do PSDB nacional e mantém Puccinelli no páreo

Tucanos do diretório nacional querem renúncia e apoio a Eduardo Riedel; resposta de André Puccinelli: “Só se eu morrer”

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O MDB de Mato Grosso do Sul rejeitou a imposição do presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, de que os tucanos só apoiariam a pré-candidatura ao Planalto da emedebista Simone Tebet, senadora sul-mato-grossense, se o ex-governador André Puccinelli renunciasse à pré-candidatura ao governo de MS e apoiasse Eduardo Riedel, o pré-candidato do PSDB.

“André será candidato e vencerá a eleição”, consolidou Carlos Marun, ex-deputado federal pelo MDB de MS, membro da executiva nacional do partido. Para reforçar o afirmado, Marun disse, também, que é o “provável candidato ao Senado” na chapa do ex-governador.

Puccinelli, segundo seus interlocutores, tem repetido desde ontem o que o tem dito de outubro passado para cá, falas divulgadas à exaustão pela imprensa de MS: sustenta que só não seria pré-candidato caso ficasse doente ou, então, morresse. “Simples assim”, replicou o emedebista ao saber da sobreposição tucana.

Carlos Marun, tido como o número 1 nas gestões de Puccinelli, tanto quando prefeito de Campo Grande (1997-2000) quanto como governador (2007-2014), afastou qualquer chance de o MDB tirar a pré-candidatura ao governo de MS em troca do apoio dos tucanos a Simone Tebet.

“Não existe a possibilidade de o André e o MDB-MS apoiarem aqui outro candidato. Lideramos todas as pesquisas. Respeitamos os outros candidatos e compreendemos o seu direito de se apresentarem para a eleição, mas não abrimos mão do nosso. Já levei esta posição para a direção nacional do MDB, da qual faço parte, e recebi garantia quanto a nossa candidatura”, afirmou.

Marun, que vê “vitória certa” de Puccinelli nas eleições de outubro, acrescentou: “Sei, ainda, que isso [manter André na disputa] não será empecilho para apresentarmos, MDB e PSDB, em nível nacional, uma candidatura única à Presidência da República, coisa que por sinal sempre defendi”.

Por enquanto, Puccinelli deve enfrentar a disputa pelo governo com outros seis candidatos: Rose Modesto, do União Brasil; Marquinhos Trad, do PSD; Capitão Contar, do PRTB; Eduardo Riedel, do PSDB; Giselle Marques, do PT; e Luhhara Arguelho, do Psol.

O QUE QUER O PSDB

A desarrumação política envolvendo o PSDB nacional e o MDB de MS surgiu a partir da renúncia da pré-candidatura à Presidência da República do ex-governador de São Paulo João Doria, nesta semana.

O tucano Doria disputava a preferência pela cabeça de chapa da chamada terceira via com a senadora Simone. Quando percebeu que nem parte do seu partido o apoiava, Doria anunciou a saída. A partir dali parecia tudo certo, a senadora concorreria à Presidência com o apoio do PSDB e, ainda, do Cidadania.

Mas não foi isso que ocorreu. Na quarta-feira, Bruno Araújo, o chefe nacional da legenda tucana, exigiu como contrapartida ao apoio a Simone a parceria do MDB com as pré-candidaturas do PSDB em Pernambuco, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.

“Consideramos essencial que os três partidos sigam juntos na eleição presidencial, PSDB, MDB e Cidadania. Está tudo encaminhado para a escolha da Simone Tebet, mas queremos que o MDB apoie nossos candidatos no Rio Grande do Sul, Pernambuco e Mato Grosso do Sul”, afirmou Bruno Araújo.

AINDA DESARMADO

Puccinelli ainda não escolheu o vice para concorrer pelo terceiro mandato ao governo de MS. Até agora, ele anunciou que terá o apoio do partido Solidariedade.

O mesmo ocorre com seus adversários. Ao menos até agora, só um dos sete pré-candidato afirma ter já definido o vice: o PRTB, que tem como cabeça de chapa o deputado estadual Capitão Contar.

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