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Relator dá parecer pela continuidade do processo de Delcídio no Conselho de Ética 

Delcídio foi preso em 2015 acusado de atrapalhar investigações da Lava Jato

O senador Telmário Mota (PDT-RR), relator da representação que apura quebra de decoro parlamentar por parte de Delcídio do Amaral (PT-MS) no Conselho de Ética, apresentou nesta quarta-feira (9) relatório favorável à continuação do processo no colegiado.

De acordo com o regimento interno do Conselho de Ética, agora os senadores têm cinco dias úteis para analisar o relatório antes de votá-lo, o que deve ocorrer na próxima quarta (16).

Delcídio do Amaral foi preso em novembro do ano passado acusado de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. 

O senador foi gravado oferecendo dinheiro e um plano de fuga para que Nestor Cerveró não o citasse durante depoimento de delação premiada. Ele foi liberado da prisão em fevereiro e está de licença médica das atividades parlamentares até 22 de março.

Uma semana após a prisão de Delcídio, a Rede e o PPS protocolaram a representação no Conselho de Ética para apurar se Delcídio feriu o decoro parlamentar na ocasião.

A defesa do senador, que está suspenso do PT, alega que Delcídio não estava exercendo a função de parlamentar quando foi gravado e que as declarações – inclusive aquelas em que Delcídio diz que conversaria com ministros do Supremo Tribunal Federal – foram “simples” bravatas.

No relatório, Telmário Mota afirma que não existem preliminares que impeçam a continuidade da representação contra Delcídio do Amaral e que a gravação feita por Bernardo Cerveró possui indício de crime e de quebra de decoro parlamentar por parte de Delcídio.

No documento, o relator cita trechos da gravação e admite que a mídia pode ter sido obtida de maneira clandestina, sem o conhecimento do senador, mas que isso não torna a gravação “ilegal” e não a inviabiliza como prova.

Em entrevista a jornalistas após o fim da sessão, Telmário Mota disse que considerou “fraca” a defesa prévia apresentada pelos advogados de Delcídio do Amaral.

“A defesa prévia é fraca porque diz que o senador não estava exercendo atividade parlamentar no momento da gravação. [...] Um senador é senador no banheiro, no futebol. Onde quer que ele esteja ele é senador”, disse o pedetista.

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