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Depressão: psicóloga dá dicas de como ajudar quem sofre da doença

Família e a rede de apoio exercem um importante papel no momento de começar o tratamento

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Divulgação

A depressão é uma doença que afeta 18% da população mundial e 5,8% dos brasileiros. O assunto ganhou maior visibilidade recentemente após o lançamento da série “13 Reasons Why”, da Netflix, que conta a história de uma garota que cometeu suicídio e deixou uma série de fitas explicando o motivo de ter feito o que fez. De acordo com o Centro de Valorização da Vida (CVV), órgão brasileiro de prevenção ao suicídio, os pedidos de ajuda aumentaram cerca de 100% por conta da série.

Isso reflete a importância de discutirmos sobre distúrbios psicológicos. A depressão é uma luta diária que muitas pessoas enfrentam, e a compreensão é o primeiro passo para ajudar quem lida com esse tipo de sentimento.

A psicóloga Nathalia Della Santa reuniu alguns fatos sobre a depressão que podem ser úteis no momento de prestar apoio a alguém que precisa.

É importante ficar atento aos primeiros indícios da doença, entre eles:

• Perda ou aumento do peso (sem que exista essa intenção)

• Dificuldade para dormir ou sono excessivo quase todos os dias

• Frequente fadiga e perda de energia

• Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva

• Capacidade diminuída de pensar, se concentrar e tomar decisões

• Pensamentos recorrentes de morte

A família e a rede de apoio exercem um importante papel no momento de começar o tratamento, tendo em vista que a pessoa que se sente deprimida, em virtude do rebaixamento do humor e da falta de energia, tem dificuldade de buscar ajuda por conta própria.

Nem sempre o motivo é claro

Por ser uma doença que ocorre no cérebro devido a um distúrbio químico, nem todo mundo demonstra os mesmos sintomas na mesma intensidade. Existem casos em que há um motivo para que a pessoa se sinta triste, desmotivada, incapaz e angustiada, a chamada depressão reativa ou exógena. Entretanto, também há casos em que o problema ocorre biologicamente, ou por predisposição genética, e não existe uma razão realmente palpável para que a pessoa esteja deprimida.

Esse caso muitas vezes pode ser até mais grave, já que é mais difícil buscar ajuda das pessoas ao redor. O depressivo se sente culpado e frustrado, enquanto os que estão próximos a ele não entendem que ele não pode controlar o que está acontecendo

Compreensão é essencial

Muitas vezes a depressão não é legitimada como tal e as pessoas avaliam ser preguiça ou falta de força de vontade. Não se deve subestimar a depressão. O tratamento não é pontual e às vezes dura anos, o que envolve o entendimento que oscilações com dias melhores e piores são naturais. A empatia, a paciência e o apoio emocional nesse momentos são de fundamental importância. Ser um bom ouvinte é um excelente começo.

Para as pessoas com depressão as pequenas tarefas podem ser difíceis de realizar, então ajudar e acompanhar a realização dessas atividades pode ser bastante produtivo. Com frequência é possível identificar uma série de atividades que a pessoa gostava e tinha prazer em realizar antes do aparecimento da doença. Estimular e acompanhar o retorno dessas atividades (que pode ser de forma gradual) pode ajudar a mudar os pensamentos disfuncionais típicos da depressão e promover sentimentos de bem-estar. Portanto, a ativação comportamental é de extrema valia.

O sentimento de inutilidade e a sensação de falta de sentido na vida é algo comumente relatado por pessoas que sofrem com a depressão. Buscar um sentido na vida, fazer atividades que proporcionem prazer e sensação de utilidade ajuda muito. Os trabalhos voluntários podem ser gatilhos importantes para uma mudança na forma de ver o mundo e de construção de novos padrões de comportamento. Essas mudanças podem inclusive promover mudanças de planos de vida, de trabalhos, de escolhas e retomar atividades que façam sentido para sua existência.

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