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É "bastante provável" que vacina responda à mutação, diz fabricante

BioNTech afirmou que, caso o imunizante não seja eficaz à variação achada no Reino Unido, poderá desenvolver uma nova fórmula em até seis semanas

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A empresa alemã BioNTech informou, nesta terça-feira (22), estar "muito confiante" que a sua vacina contra a covid-19, desenvolvida em conjunto com a Pfizer e cuja comercialização foi autorizada esta segunda-feira (21) pela Agência Europeia de Medicamentos, também é eficaz contra a variante do coronavírus detectada no Reino Unido.

Caso não funcione, a empresa explicou que, tecnicamente, poderia redesenhar o imunizante em seis semanas para adaptá-lo.

"Como cientista, você nunca é otimista, mas pensa nas probabilidades, e a probabilidade de que nossa vacina também seja eficaz contra essa nova mutação é muito elevada", disse o co-fundador da BioNtech, Ugur Sahin, em uma entrevista coletiva hoje.

Sahin enfatizou que, durante os últimos meses de desenvolvimento da vacina, cada vez que uma mutação "realmente importante" aparecia, eles observavam como a vacina reagia e podiam determinar que ela era de fato capaz de combater "uma série de variantes diferentes do vírus".

De acordo com Sahin, existem muitas mutações, mas também existem muitas proteínas no vírus que não variam.

A nova mutação detectada no Reino Unido difere das anteriores por não ser uma mutação única, mas ser composta por um total de nove, precisou Sahin.

“No momento não sabemos exatamente se nossa vacina é realmente capaz de proteger contra essas novas variantes também”, reconheceu, embora reiterasse que do ponto de vista científico é “muito provável”.

Ele acrescentou que, em cerca de duas semanas, eles terão os dados a esse respeito.

Seis semanas

Independentemente dos resultados, Sahin destacou que “a beleza da tecnologia de mRNA” em que se baseia sua vacina é que ela realmente permite que uma vacina seja “redesenhada” muito rapidamente, o que significa que “tecnicamente uma nova vacina poderia ser desenvolvida em seis semanas".

Ele lembrou, no entanto, que não se trata apenas de uma questão técnica, já que o processo também inclui autorização posterior pelos órgãos competentes.

Por outro lado, Sahin alertou que "o vírus continuará conosco nos próximos 10 anos" e que devemos assumir que "haverá infecções e pequenos surtos repetidas vezes".

Neste inverno, com o início da vacinação contra o coronavírus, não será percebido impacto nos números de novas infecções, “mas devemos ter um impacto e garantir que no próximo inverno possa ser quase normal, um novo normal”, disse.

Nesse sentido, afirmou que é necessária "uma nova definição de normalidade".

Novo normal

A normalidade, entendida como não precisar de uma nova pausa na vida pública, poder dar continuidade à atividade econômica e evitar hospitalizações e mortes, poderia ser alcançada com a vacinação "até o fim do verão", previu.

Mas isso não depende apenas da vacina BioNTech-Pfizer, mas também de outras, como a Moderna, recentemente aprovada nos Estados Unidos, e as que podem ser aprovadas no primeiro semestre de 2021, algo da qual se mostrou "otimista".

Só assim será possível que entre 60% e 80% da população seja vacinada antes do próximo outono, afirmou.

Por sua vez, Özlem Türeci, cofundadora da BioNTech ao lado do marido, reiterou que a vacina oferece 95% de proteção contra a covid-19 após a segunda dose, embora já comece com a primeira administração.

Os efeitos colaterais após a administração da vacina incluem dores de cabeça com frequência de 2% e algum cansaço em 3,8% dos casos.

O que falta determinar é quanto tempo dura a imunidade após a vacina BioNTech, que, por enquanto, começa a partir de uma "memória imunológica" de três meses.

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