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Especialista em geriatria explica benefícios da vitamina D

Márcio Couto tem longa convivência com pacientes. Foi a partir dela que surgiu a inquietação em torno da vitamina D, um grupo de compostos lipossolúveis que são essenciais para manter o equilíbrio mineral no organismo. Segundo ele, o alto número de pessoas com deficiência de vitamina D lhe chamou atenção. O grupo mais atingido é o de homens e mulheres com mais de 60 anos, idade que marca o início da velhice. “Pesquisei e descobri que, na verdade, a vitamina D não é uma vitamina e, sim, um hormônio produzido pela pele e ativado pelo fígado e pelos rins”, explica.

O médico cardiologista se debruçou sobre o tema e escreveu o livro “Vitamina D – A Vitamina do Sol”, lançado recentemente. Embora a declaração de que os compostos não são uma vitamina, mas um hormônio, tenham gerado discussões acaloradas entre pesquisadores, o livro de Couto vai além do debate e traz informações de interesse público. 

“O livro é voltado para o público leigo, pacientes e familiares”, argumenta. Segundo ele, a novidade é que a vitamina D é apresentada como uma espécie de arma secreta e barata que o organismo tem para combater diversos problemas. “Não apenas a fraqueza de ossos e dentes, mas para prevenir e tratar gripe, fraqueza muscular, psoríase, doença renal crônica, diabete, asma, doença periodontal, doenças cardiovasculares, esquizofrenia, depressão, doenças da gestação e diversos tipos de câncer”, explica.

De acordo com o autor, todas as informações contidas na obra são baseadas em trabalhos científicos e pesquisas recentes, que têm colocado a vitamina D em destaque no noticiário acadêmico internacional. “Como a vitamina D é muito bem tolerada e altas doses oferecem pouca toxicidade, estão sendo realizados estudos, atualmente, utilizando-se até 10 vezes a dose comum de reposição, para o tratamento de câncer de mama e de intestino, esclerose múltipla e diabete tipo I”, argumenta.

Os resultados iniciais são animadores, ressalta Couto, “mas é bom enfatizar que é necessário o acompanhamento médico. Deve ser evitada a automedicação”. No Brasil, atualmente, são diagnosticados cerca de dois milhões de casos de deficiência de vitamina D por ano. O aumento do problema acompanha o envelhecimento da população, no entanto, na fase adulta, são poucos os prejuízos da falta dos compostos. É na velhice que essa condição se agrava.

Couto explica que dores musculares, fraqueza e desânimo são as manifestações mais comuns e podem simular uma fibromialgia, dificultando o diagnóstico. “A única maneira de superar essa falta é expor-se ao sol por 15 a 20 minutos, por, pelo menos, três vezes na semana, entre 10h e 16h”, aconselha. A radiação ultravioleta, emitida pelo sol, ao entrar em contato com uma proteína que existe em nossa pele, produz a vitamina D, chamada cientificamente de calciferol.

“Por isso, ela também é chamada de vitamina do sol”, destaca. As deficiências podem ser sanadas com a exposição da pele dos braços e pernas à radiação solar. “Por um período de 6 a 8 semanas, regularmente, pelo menos três dias da semana, por um período de 15 minutos a 20 minutos, se a pele for clara, ou por uma hora, se for escura”. Essa rotina produz o suficiente para o controle do cálcio no sangue e os demais benefícios. 

As recomendações de Couto são as seguintes: pessoas com mais de 40 anos, ou com suspeita de osteoporose ou com manifestações como dores musculares, fraqueza e desânimo, devem fazer a dosagem circulante da vitamina D por, pelo menos, 1 vez ao ano. Se tiverem mais de 60 anos, o recomendado é dosar 2 vezes por ano. Segundo ele, um exame simples, chamado de dosagem de “25, hidroxivitamina D”, pode identificar a deficiência. O resultado deve estar acima de 30 nanogramas por mililitro de sangue. 

“Apenas com a exposição ao sol ou por meio de suplementação por medicamentos será possível alcançar esse índice. Alimentos como salmão, sardinha, atum, ostras cruas, leite e ovo cozido fornecem muito pouca vitamina D”, argumenta o especialista. O tratamento para recuperação dos níveis ideais do composto no organismo é feito em médio prazo e deve ser acompanhado por um especialista.

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