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Falta de médicos e falta de equipamentos em hospitais castigam a população do interior

Coxim, Terenos, Maracaju, Sidrolândia, Dourados, Nioaque e outras cidades vivem com ambulâncias nas rodovias por falta de médicos e equipamentos

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saúde no Estado é ineficiente e, com certeza, é a principal dor de cabeça para a maioria das Prefeituras de Mato Grosso do Sul. Hoje, segundo a Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), 25% dos investimentos vão para a área da saúde, acima dos 15% exigidos pelo Ministério da Saúde. No entanto, a falta de médicos e equipamentos em boa parte dos hospitais pequenos das cidades do interior castigam a população.

Todos os dias ônibus lotados trazem pacientes do interior para fazer tratamento em Campo Grande, o que acaba sobrecarregando os principais hospitais da cidade. Na Santa Casa, por exemplo, de janeiro a julho deste ano já foram atendidas 60 mil pessoas no Pronto Socorro da unidade. O encaminhamento de pacientes de outros municípios e países vizinhos para atendimento no hospital de média e alta complexidade é realizado pelo SISREG (Sistema Nacional de Regulação).

Para o prefeito de Anastácio, Douglas Figueiredo (PSDB), que também é presidente da Assomasul, a situação da saúde é drástica. “A saúde pede socorro. As pessoas estão sofrendo nas filas dos hospitais e os três poderes têm que se unir para resolver essa questão”, afirma. Ele acrescenta ainda que, a tabela do SUS (Sistema Único de Saúde) está defasada e o município acaba pagando muito mais pelo serviço do profissional.

Outro problema levantada pelo prefeito de Coxim, Aluízio Cometki São José, é a falta de especialista. “Nós não temos como obrigar um médico especialista a vir para cá. Tem especialidade que é difícil encontrar até na Capital, imagina no interior”, reclama.

A regionalização da saúde não consegue atender a demanda e, por isso são feitas as contrapartidas. Mato Grosso do Sul foi dividido em quatro macrorregiões (Campo Grande, Dourados, Três Lagoas e Corumbá), que foram subdivididas em onze microrregiões, de acordo com critérios preestabelecidos para atender toda a demanda de saúde da população.

A secretária municipal de Saúde de Miranda, cidade com pouco mais de 24 mil habitantes, Mariana Rodrigues Moreira, diz que uma das soluções para desafogar os hospitais da Capital, por exemplo, seria fortalecer as microrregiões. “A nossa micro é Aquidauana, mas na maioria das vezes, o hospital não oferece o serviço e o paciente tem que ser encaminhado para Campo Grande, que é mais longe”, diz.

Segundo ela, as vezes o hospital de um município pequeno não compensa pagar um neurologista, pela demanda. Por isso a luta é para que seja feito investimento nas microrregiões, que hoje trabalham com recurso reduzido e, muitas vezes, não tem como ofertar o serviço para o município.

Para o presidente do Conselho Estadual de Saúde, Ricardo Alexandre Corrêa Bueno, a situação só vai mudar, quando os hospitais forem 100% públicos. “Tem hospital que não cumpre a pactuação, quando um deixa de fazer, sobrecarrega o outro”, destaca.

No primeiro semestre deste ano, ao todo, a atenção básica, que são os Postos de Saúde receberam doSUS (Sistema Único de Saúde), R$ 113 milhões e a média e alta complexidade, R$ 360 milhões. A maior parte do montante, R$ 276 milhões ficaram em Campo Grande para as duas especialidades, segundo levantamento do Ministério da Saúde.

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