Buscar

Governo quer coletar sangue de bebês com suspeita de microcefalia

Ações são algumas das medidas que fazem parte de um novo protocolo elaborado pelo governo federal

Grávidas com sintomas do vírus zika devem procurar imediatamente unidades de saúde e terão o diagnóstico registrado em caderneta da gestante e informado ao Ministério da Saúde. Além disso, bebês com suspeita de microcefalia devem ter coletadas amostras do sangue do cordão umbilical, da placenta e sangue da mãe ao nascerem.

As ações são algumas das medidas que fazem parte de um novo protocolo elaborado pelo governo federal para orientar profissionais de saúde sobre as medidas de assistência, confirmação e tratamento dos casos suspeitos de microcefalia, que vêm registrando aumento no país.

O governo relaciona o avanço de casos da má-formação à circulação do vírus zika, identificado no Brasil neste ano.

As novas diretrizes, que fazem parte do Protocolo de Atendimento às Mulheres em Idade Fértil, Gestantes e Puérperas e Recém-Nascidos com Microcefalia, foram anunciadas nesta segunda-feira (14) pelo Ministério da Saúde.

Segundo o secretário de atenção à Saúde, Alberto Beltrame, o registro das grávidas com sintomas de zika servirá para comparar a ocorrência de infecção pelo vírus e possíveis casos de bebês com microcefalia.

É importante que essas gestantes sejam orientadas a procurarem o serviço de saúde no caso de aparecer exantema [manchas vermelhas na pele]. E que isso possa ser notificado para que no parto possamos fazer uma relação causal entre o exantema e possível caso de microcefalia, afirma.

Ainda segundo Beltrame, profissionais de saúde devem fazer uma busca ativa de gestantes para que elas iniciem o pré-natal o mais cedo possível e tenham acompanhamento durante esse processo.

A pasta também deve ampliar, em cerca de 10 milhões, o número de testes rápidos de gravidez ofertados no SUS (Sistema Único de Saúde).

EXAMES

O documento também traz os procedimentos que devem ser adotados nos casos em que o bebê é identificado com suspeita de microcefalia ainda durante a gestação ou após o parto.

Gestantes que tiverem detectado, por meio de exames, alguma alteração no feto devem ter prioridade no atendimento para o parto. A preferência pela realização do parto normal, no entanto, deve ser mantida. Não é um parto de risco, afirma Beltrame.

Segundo o secretário, as principais mudanças ocorrem após o parto, como forma de identificar rapidamente os casos e definir as ações de acompanhamento.

Com isso, bebês identificados com a suspeita de microcefalia devem ter o perímetro da cabeça medido logo após o nascimento, seguindo as recomendações do protocolo como forma de evitar erros na avaliação.

Parece uma bobagem, todo mundo acha que pode medir, mas a forma de medir é determinante para o sucesso do diagnóstico, diz.

Uma nova medida deve ser feita após 24h e 48h para confirmar a suspeita. Isso porque, em alguns casos, diz Beltrame, os ossos da cabeça podem ter uma espécie de acavalamento durante o parto e voltar ao normal em seguida.

O parâmetro para registro de casos suspeitos de microcefalia continua o mesmo: bebês com medida igual ou menor que 32 cm, nos casos de partos não prematuros, ou com medida inferior a dois desvios-padrão para a idade gestacional, nos casos de partos prematuros.

A pasta também recomenda que a ultrassonografia transfontanela, exame que avalia a estrutura do cérebro, como a primeira opção de exame de imagem para confirmar os casos.

Já a tomografia do crânio só deve ser utilizada caso ainda haja dúvidas ou o bebê apresentar a moleira, que é o espaço que fica entre os ossos da cabeça do bebê, fechada.

A opção por não submeter todos os bebês à tomografia ocorre para evitar riscos com a exposição excessiva à radiação do exame e à utilização de sedação.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.