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Média de vacinação despenca 85% e secretário de Saúde cobra empenho dos municípios

Conforme dados disponíveis no Vacinômetro, somente nos últimos dez dias a redução foi de 13,84%

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Divulgação

A média diária de vacinação contra Covid-19 em Mato Grosso do Sul, que já alcançou 27 mil doses aplicadas em um único dia, despencou 85% no último mês, segundo informações do titular da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Geraldo Resende.

Conforme dados disponíveis no Vacinômetro do Governo, nota-se que somente nos últimos dez dias, a redução foi de 13,84% no ritmo da campanha.

Para contornar esse cenário, Resende cobra dos municípios do interior que intensifiquem as ações para imunizar o maior número possível de pessoas.

Entre as ações cobradas, estão abertura dos postos aos fins de semana, estratégia que não vinha sendo adotada em algumas localidades, segundo ele.

“É inadmissível municípios terem vacinas guardas em geladeiras e deixarem de aplicá-las aos sábados e domingos”, afirmou ao Correio do Estado.

Resende acrescenta que durante o feriado de 7 de setembro, por exemplo, algumas cidades chegaram a ficar quatro dias sem aplicar uma única dose.

“Entendemos que isso acontece pelo cansaço das equipes. Isso não acontecia no começo, existia um pacto e inclusive é uma das condições para receber recursos especiais do Estado. Se não cumpre, não ganha”, afirma.

Conforme o secretário, somente sete municípios receberam a verba extra em setembro, pelo trabalho prestado em agosto.

Os outros 72 descumpriram alguma das medidas pactuadas na campanha e ficaram sem.

Esse dinheiro, conforme Rezende, pode ser utilizado para o pagamento do plantão dos servidores que trabalharam sábado ou domingo para imunizar os cidadãos ou comprar equipamentos.

SANÇÕES - Além de bloquear esse dinheiro, o secretário de Saúde estuda mandar menos doses a essas cidades que têm vacinas sobrando por conta do mau andamento da campanha.

Nesta semana, entre segunda e terça-feira, segundo ele, deve desembarcar via Campo Grande um carregamento com 87.157 doses da vacina da Pfizer, a única que pode ser utilizada no público mais novo.

Ele reconhece que, em alguns casos, as doses são totalmente utilizadas e a falta delas trava o andamento da campanha, mas afirma que foram encaminhadas nos últimos dias 313 mil doses.

Para Rezende, esse quantitativo seria suficiente para fazer a campanha avançar, o que não tem sido observado.

“Inclusive nós já deixamos de ser o primeiro colocado do país na aplicação da primeira dose e caímos para a sexta posição. Mantivemos a liderança apenas na D2”, afirma.

Levando em consideração os dados do Vacinômetro, que mostra quantos por cento das doses encaminhadas cada cidade utilizou, até ontem havia 186.437 doses guardas nas geladeiras das unidades de saúde Estado afora.

Até as 17h30 deste domingo, o sistema acusava somente a aplicação de 3.659.

Como o banco de dados do Governo depende dos dados lançados pelos municípios, é possível que ainda exista um lapso entre os produtos efetivamente utilizados e a realidade.

O site de Campo Grande, por exemplo, nesse mesmo horário, acusava aplicação de 3.627 doses.

“Nós ainda temos o risco da variante delta se espalhar aqui no Estado. Já sabemos que está aqui desde julho”, disse Rezende.

Segundo ele, o tipo mais transmissível de Covid-19 ainda só não implantou o caos porque não é o dominante entre as cepas circulantes.

Ninguém sabe dizer se isso vai acontecer um dia, como no Rio de Janeiro ou até mesmo quando. A questão, para o secretário de Saúde, é proteger a maior parcela possível de pessoas para garantir que os danos sejam menores.

“Por isso que é muito importante que as pessoas completem o ciclo vacinal, especialmente os adolescentes”, afirmou.

Segundo ele, apenas 70% desse último grupo tomou ao menos a primeira dose, com índice de abstenção de 30%.

Rezende aguarda os números da campanha deste domingo para saber se a reunião com representantes dos municípios e das secretarias de saúde da Capital e interior surtiu efeito.

“De uma forma muito aberta, com companheirismo, tivemos esse encontro. Esperamos que nesse fim de semana haja a priorização da campanha de vacinação, especialmente idosos que necessitam tomar a terceira dose”, afirma.

Além disso, recomendou que os municípios façam a busca ativa pelos faltosos da segunda dose.

Questionado sobre a disponibilidade de vacinas para que essa meta seja alcançada, ele disse que se o Ministério da Saúde não se posicionar quanto às datas de novas remessas da AstraZeneca, o Estado irá aplicar o reforço com o produto da Pfizer.

“Com relação à terceira dose, esperamos abrir para todas as pessoas acima de 70 com a chegada do próximo lote. Não vamos mais seguimentar a campanha por grupos, como fizemos no começo, apenas por faixa etária”, completa. 

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