Paciente com raiva humana demorou mais de um mês para procurar médico

O paciente de 38 anos que contraiu raiva humana demorou cerca de 45 dias para procurar ajuda médica após ser mordido por um cachorro de rua infectado em Corumbá, distante 444 quilômetros de Campo Grande. O paciente está internado desde o dia 17 de abril no Hospital Universitário (HU) Maria AparecidaPedrossian na capital.

Segundo a Secretária de Saúde de Corumbá, apesar do surto de raiva na cidade, o paciente, que trabalha como piscineiro, só procurou uma unidade de saúde no dia 13 abril, mais de um mês após a mordida. Ele apresentava febre, dificuldade respiratória, dores musculares, dores abdominais, tosse e espasmos musculares, além de estar desidratado e com alterações de comportamento.

Ainda segundo a Secretaria de Saúde, ele apresentava um ferimento na perna direita e não havia feito tratamento preventivo antirrábico ou tetânico. Na unidade de saúde, o piscineiro recebeu hidratação intravenosa, vacina anti-tetânica e antirrábica. Durante observação médica, foi constatado piora dos espasmos e hidrofobia.

O paciente foi transferido para o HU, onde permanece internado em área isolada em estado grave. Ele respira com ajuda de aparelhos e precisou ser induzido ao coma, devido ao estado de saúde.

O último caso de raiva humana registrada em Mato Grosso do Sul foi em 1994. De lá para cá, apenas casos pontuais em caninos haviam sido registrados. Em nota oficial, a direção do HU afirmou que o tratamento de casos em humanos é difícil e que apenas um paciente sobreviveu à doença, em 2008, em Pernambuco.

SURTO

No início deste mês, a Secretaria de Saúde de Corumbá confirmou que a cidade vive surto da doença. Até a primeira semana do mês, eram seis casos confirmados da doença em cães. A vacinação nos animais foi intensificada e mais de 8 mil cães já receberam a dose da vacina anti-rábica na cidade.

O contágio da doença em humanos se dá através do contato do homem com a saliva do animal. Situação geralmente ocorrida após mordidas. Entre os sintomas da raiva humana estão queixas de febre, dores musculares, irritabilidade, dificuldade de alimentar-se e espasmos musculares.

Equipes da Secretaria de Saúde reforçaram as atividades de combate a raiva animal e buscam pessoas que foram agredidas ou tiveram contato com animais suspeitos.