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Pesquisa diz que 79% dos usúarios de crack do RJ não moram nas ruas

Crack é a terceira droga mais consumida no estado, mostrou levantamento.Maior dificuldade no tratamento é a reincidência do usuário.

Uma pesquisa revelou um número que questiona um estereótipo associado aos consumidores de crack no Rio de Janeiro. De acordo com o estudo, 79% dos usuários que buscam tratamento não são moradores de rua. Como mostrou o Bom Dia Brasil desta quinta-feira (7), os usuários têm casa e família, mas abandonam tudo por causa da droga.

As imagens de pessoas usando drogas são vistas com frequência em quase todas as grandes cidades brasileiras. Legiões de viciados em crack perambulam de um lado para o outro. Muitos são menores de idade, já não têm saúde e perderam até a família.Uma pesquisa mostrou o perfil dos dependentes químicos atendidos na rede estadual de acolhimento no Rio de Janeiro. A informação de que quase 80% dos usuários disseram que não são moradores de rua e que procuraram ajuda por causa da dependência química chamou atenção.“Esse número mostra que a droga está dentro da casa das pessoas também. Destruindo as pessoas dentro de casa. O cuidado que a gente tem que ter é de, principalmente, tratar da política de prevenção sempre informando e fazendo campanhas preventivas sobre isso, disse o secretário de Prevenção à dependência Química, Felipe Pereira.

O levantamento mostrou ainda que o crack é a terceira droga mais consumida entre os dependentes químicos atendidos. Ele só fica atrás da cocaína e do álcool.

A maioria dos usuários de crack é do sexo masculino, com idade entre 30 e 34 anos, com ensino fundamental incompleto e da cor parda. Um tipo de dependência química de difícil tratamento.

 “O crack é muito tóxico para o cérebro. A pessoa não consegue se lembrar das coisas, não consegue raciocinar, não tem muito controle da impulsividade dela”, disse a psiquiatra, Analice Gigliotti.

Desde 2013, quase 5,3 mil pessoas buscaram ajuda voluntariamente para sair do mundo das drogas e do álcool em busca de uma perspectiva de vida melhor. Nos quatro centros de acolhimento do estado essas pessoas recebem cuidados terapêuticos e atenção psicológica e social.

Uma das maiores dificuldade é a reincidência, que pode chegar a 40%. Os ex-usuários de drogas têm seus dias preenchidos com atividades variadas que os ajudam a retomar uma vida saudável.

Em tratamento, o homem de 35 anos tomou a iniciativa de procurar ajuda quando percebeu que tinha perdido o controle sobre a própria vida.

“Na sequência do uso de drogas que eu estava, eu já tinha perdido praticamente tudo e eu estava vendo que eu já estava à beira da morte”, disse o ex-usuário.

Outro interno, de 52 anos, deveria sair da clínica em dois meses, mas quer ficar pelo menos mais 30 dias. “Só depende de mim eu querer me tratar e isso eu quero. A minha recuperação é eterna, isso aí eles me ensinaram aqui”, disse outro ex-usuário.

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